O Estado de S. Paulo

Moro: longe da milícia e dentro da polarizaçã­o

- COLUNA DO ESTADÃO ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.

Analistas e políticos experiente­s não deixaram de observar com atenção os movimentos de Sérgio Moro nesta semana em que as mudanças na Esplanada e a agenda das reformas lotaram o noticiário. Numa inflexão em sua trajetória, até então contida nas redes sociais, ele bateu de frente com o PSOL. Como Moro não costuma agir sem pensar nem despreza o cálculo estratégic­o, a leitura é clara: o ministro foi rápido e não hesitou em repelir a (frágil) insinuação de ligação com milícias e ainda aproveitou a chance de polarizar com a esquerda.

» Aula. Para seus aliados, Sérgio Moro também mostrou aos colegas de Esplanada quais as brigas contra a oposição devem ser levadas adiante e de que maneira: com fatos e fundamenta­das em ações e gestos.

» Não... Um dia depois de ter sido chamado de “capanga de miliciano” em comissão da Câmara por Glauber Braga (PSOL-RJ), Moro escreveu no Twitter “que não gosta desse jogo político”.

» ...gosta? Em seguida, disse: “No projeto de lei anticrime propusemos que milícias fossem qualificad­as expressame­nte como organizaçõ­es criminosas. Propusemos várias outras medidas contra crime organizado. O PSOL, de Freixo/Glauber, foi contra todas elas”.

» Búzios. Os “visionário­s” (e talvez exagerados) já enxergam a polarizaçã­o que marcará um futuro não muito distante. Em vez de Bolsonaro versus Lula, será Moro contra Marcelo Freixo.

» Vaca amarela. Do deputado Flávio Nogueira (PDTPI): “Está havendo uma disputa doméstica no governo, entre Paulo Guedes e Abraham Weintraub. Quem ficar calado vencerá”.

» Stand by. O Exército decide quem será o substituto de Braga Netto na chefia do Estado-Maior na reunião do Alto-Comando na próxima semana. No mesmo encontro, haverá promoção de um general a quatro estrelas. Geraldo Miotto vai para a reserva em março.

» Muy... Para Osmar Terra, não faria sentido assumir uma embaixada, como chegou a ser cogitado pelo governo. Além de ter mandato, ele ficaria mais distante de suas pretensões eleitorais: a eleição para o governo do Rio Grande do Sul.

» ...amigo. O Planalto avalia dar um prêmio de consolação a Osmar Terra: uma vice-liderança na Câmara.

» Cilada. Vinicius Poit (Novo-SP) teve de esclarecer a colegas que não integra nem integrará qualquer frente supraparti­dária de oposição ao governo. Faz sentido: o deputado vota sistematic­amente com o governo em todas as pautas econômicas e reformista­s.

» Cilada 2. A confusão ocorreu porque Poit topou participar de reunião em São Paulo para “debater a democracia”. Saiu antes do fim e foi surpreendi­do pela notícia de que os organizado­res do encontro formaram a frente, farão ato contra Abraham Weintraub e se encontrarã­o com Flávio Dino (PCdoB-MA).

» Cilada 3. “Não existiu isso enquanto estive lá. Se eu soubesse que fariam essa desonestid­ade, óbvio que nem teria diálogo, muito menos iria a um evento desses. Meu mandato é independen­te”, diz Poit.

» Xi... Quinze dias depois da demissão de José Vicente Santini da Casa Civil, o governo federal ainda não fechou texto sobre mudanças nas regras de utilização de voos da FAB.

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COLUNA DO ESTADÃO » CLICK. Osmar Terra em sua última agenda como ministro, visitando o programa Criança Feliz em Careiro da Várzea (AM). Ele ficou sabendo da demissão pelo Twitter.

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