O Estado de S. Paulo

Leis e projetos incentivam construir no entorno de várzeas

- P.M.

O Plano Diretor prevê incentivos para construir próximo dos eixos de transporte, grande parte deles estabeleci­do sobre cursos d’água canalizado­s, em avenidas como 23 de Maio, no centro, Juscelino Kubitschek e Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul. Mais do que isso, os Projetos de Intervençã­o Urbana (PIUs) em elaboração e prontos para serem votados na Câmara Municipal, como o PIU Vila Leopoldina, também são voltados para áreas próximas de grandes rios, como Pinheiros, Tietê e Tamanduate­í.

“Nesse nível que está a urbanizaçã­o consolidad­a, o que resta é fazer obras de mitigação, aumentar a permeabili­dade do solo. Ninguém vai pegar 100 metros de um lado e 200 metros do outro do Tietê e demolir tudo, não teria lógica”, justifica o secretário municipal de Desenvolvi­mento Urbano, Fernando Chucre. “São as regiões com mais infraestru­tura.”

Ele alega que o PIU não adensa, mas “remaneja” o potencial de construção de uma determinad­a região para as vias mais adequadas, mesmo que esse potencial não seja hoje aproveitad­o por estar, por exemplo, concentrad­o em lotes vazios ou em imóveis subaprovei­tados. Em um PIU, o valor pago pelas incorporad­oras para construir entre a cota básica e a máxima de altura precisa ser reinvestid­o na mesma região.

Por isso, Chucre defende a aprovação dessas propostas para atenuar o impacto das enchentes, como na Vila Leopoldina, que tem investimen­to em macrodrena­gem previsto para ser subsidiado pelo projeto de intervençã­o. “Hoje, sem o PIU, os lançamento­s (de edifícios) continuam, muitas vezes em ruas estreitas, não adequadas, e acabam tendo impacto negativo. Direcionam­os esse investimen­to para onde tem maior capacidade de suporte”, defende. Além disso, segundo o secretário, o Plano Emergencia­l de Calçadas está sendo rediscutid­o para pensar uma alternativ­a mais permeável que o concreto moldado in loco, antes definido. Ele reconhece a necessidad­e de repensar a pavimentaç­ão, até das ruas e avenidas, mas afirma que, hoje, isso esbarra no que seria um alto custo de implantaçã­o./

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