Corinthians agora aposta no clássico
Eliminado da Libertadores ainda na fase prévia, clube perde dinheiro e time precisa bater o São Paulo para reduzir a pressão
A eliminação precoce da Libertadores vai custar a ser digerida no Corinthians. A queda diante do modesto Guaraní do Paraguai representa prejuízo financeiro e incerteza em relação ao futuro da equipe na temporada. Não há, porém, muito tempo para lamentar, pois amanhã tem o clássico contra o São Paulo. Uma vitória no Morumbi vai amenizar o clima pesado. No entanto, uma derrota pode tirar o time alvinegro da zona de classificação no Estadual e colocar ainda mais pressão no elenco.
O técnico Tiago Nunes, na prática um recém-chegado, não corre risco imediato e conta com o aval da diretoria para seguir a transformação no estilo de jogo da equipe. O presidente Andrés Sanchez pediu tempo para os jogadores entrarem nos eixos com os treinamentos.
Tiago Nunes falou sobre a importância de vencer o clássico. “Temos que ter o cuidado de recuperar (os jogadores) pelo cansaço físico. Enxergo uma possibilidade grande jogo no sábado (amanhã). Mas sabemos que teremos que nos fortalecer muito, é um jogo duro, tem muita representatividade”, disse.
O treinador não se sente pressionado, mas sabe que não pode vacilar. “Existe uma cobrança por resultado porque lá (no Athletico-PR) tivemos resultados positivos. A cobrança existe pelo simples fato de ser treinador do Corinthians. Qualquer um que ocupe essa cadeira é cobrado. Eu não me sinto incomodado, de maneira alguma. Eu tive apoio irrestrito dos jogadores e da direção.”
Ele disse que quando foi contratado perguntou aos dirigentes o motivo que levou à sua contratação e que Andrés foi claro: “Ele falou que era para mudar uma cultura de futebol e olhar para a base. Isso temos feito, colocamos vários jovens para jogar. Estamos tentando praticar um tipo de jogo que leva um tempo maior (de assimilação)”.
Esse “tempo maior” pode exigir bastante paciência do torcedor. Isso a se considerar o prazo que Tiago deu para começar a ser cobrado. “Mesmo nessas oscilações (da equipe durante os jogos), temos tido boas performances. Temos criado situações de sermos melhores que o adversário na maior parte do tempo. É um processo que leva tempo. Você precisa de vinte, trinta, quarenta jogos.”
O treinador enfatiza que “leva tempo” para criar uma cultura de jogo, encaixar melhor os jogadores e para ele mesmo entender quem vai fazer parte do elenco até o final.
No caixa. A eliminação do Corinthians também dói no bolso, ou seja no caixa, do clube. A projeção de receitas feita pela diretoria para este ano contava que a equipe chegaria pelo menos às oitavas de final do torneio, o que representaria cerca de R$ 20 milhões em cotas para o clube. Esse dinheiro, ou parte dele, seria reinvestido no pagamento das parcelas mensais da Arena e na folha de pagamento do futebol. Se tivesse se classificado ontem, o Corinthians já teria embolsado R$ 2,1 milhões por passar para a terceira fase.