O Estado de S. Paulo

Destinos românticos que não são nada românticos

- Adriana Moreira

Hoje é dia de São Valentim, considerad­o patrono dos apaixonado­s – por essa razão, em muitos países, hoje é também Dia dos Namorados. Por isso, trago alternativ­as para programas supostamen­te românticos mas que, na prática, podem custar seu bom humor e prejudicar o clima a dois. Não vou julgar se você pretende fazer (ou já fez) algum deles. Mas dá para substituir por algo mais bacana.

Cadeados do amor.

A praga dos cadeados do amor saiu de Paris para se espalhar pelo mundo todo. As pessoas não podem ver uma cerquinha que já querem colocar seu cadeado lá. Eu, particular­mente, não gosto da ideia de prender um amor com cadeado e jogar a chave no rio, mas o problema nem é esse: os cadeados em excesso são pesados e abalam a estrutura das pontes. A chave jogada no rio nada mais é para a natureza do que lixo. Paris já é uma cidade naturalmen­te romântica, você não precisa disso para declarar seu amor. Um piquenique a dois, com vista para a Torre Eiffel, é mais divertido – e ótimo para criar boas memórias.

Encontro no alto do Empire State.

Sou fã dos filmes Tarde Demais para Esquecer (1957) e Sintonia de Amor (1993). Mas marcar um encontro no alto do Empire State Building, em Nova York, não funciona mais hoje em dia. Não há nada menos romântico que encarar uma fila quilométri­ca para chegar ao alto do prédio icônico. Vocês certamente vão passar nervoso. A administra­ção do prédio dá uma dica para quem sonha em fazer o pedido de casamento ali ou ter um momento a dois. De quinta-feira a sábado, das 22h à 1h, um saxofonist­a se apresenta no observatór­io do 86º andar. Segundo a empresa, é o melhor horário para soltar seu lado romântico.

Passear em Veneza.

Veneza é linda, mas está sempre lotada de turistas. No verão, há os cruzeiros que ainda lotam a cidade; no inverno, a

acqua alta. Se a sua ideia de escapada romântica é ficar em filas, pagar caro em um hotel mais ou menos e se acotovelar em uma espécie de 25 de Março com canais, vá fundo. Mas a Itália é repleta de cantinhos mais exclusivos, nos quais você pode curtir lindas paisagens de uma maneira bem mais agradável. A região da Toscana, por exemplo, tem refúgios de sobra para aproveitar a dois, com ótimos vinhos e excelente comida. Não me entenda errado: Veneza vale a visita, com ou sem perrengue, a dois, sozinho ou em grupo. Mas é bom ajustar as expectativ­as em torno do significad­o de “romântico” antes de planejar as férias.

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