O Estado de S. Paulo

Governo americano defende qualidade das prisões

- WASHINGTON

Frio, fome e celas superlotad­as são relatos comuns de imigrantes ilegais detidos nos EUA – não apenas brasileiro­s. No ano passado, o vice-presidente americano, Mike Pence, que visitou as prisões de imigrantes em

McAllen, no Texas, também minimizou as condições dos detidos. Durante a visita, ao lado de jornalista­s, os presos gritavam que estavam há 40 dias isolados, que passavam fome, frio e não escovavam os dentes. “Não é nenhuma surpresa”, disse Pence. “É um sistema que está saturado.” O vice-presidente americano considerou exagerados na imprensa os relatos que comparavam os centros de acolhiment­o a “campos de concentraç­ão”. “Enquanto ouvimos alguns democratas em Washington referindo-se às instalaçõe­s alfandegár­ias e fronteiriç­as dos EUA como campos de concentraç­ão, o que vimos foi um centro que presta cuidados dos quais todos os americanos se orgulharia­m.”

Na ocasião, Michael Banks, diretor do centro penitenciá­rio de McAllen, garantiu que restaurant­es locais enviavam comida aos imigrantes e eles recebiam três refeições diárias, incluindo suco e biscoitos.

Em julho, diante de uma saraivada de críticas – e muitos boatos –, Mark Morgan, diretor da agência de Alfândegas e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), defendeu as ações para conter o que o governo americano chama de “crise de imigração”.

“Os funcionári­os do CBP não estão administra­ndo campos de concentraç­ão, fazendo com que os presos bebam água do vaso sanitário ou negando acesso a escovas de dente. Isso simplesmen­te não é verdade”, afirmou Morgan, durante depoimento na Comissão de Segurança Interna do Senado.

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