O Estado de S. Paulo

Via Varejo vai enxugar conselho de administra­ção

- FERNANDA GUIMARÃES, ALINE BRONZATI, AMANDA PUPO, ANNE WARTH E FERNANDA NUNES

Dona das marcas Ponto Frio e Casas Bahia, a Via Varejo estuda reduzir o número de membros de seu conselho de administra­ção, dos atuais nove para apenas cinco. Para isso, contudo, precisará alterar seu estatuto, que prevê o colegiado com um mínimo de sete cadeiras. Como a recente Medida Provisória flexibiliz­ou o prazo das Assembleia­s Gerais Ordinárias (AGOs) das companhias de capital aberto, por conta da pandemia de coronavíru­s, a Via Varejo pretende fazer antes uma Assembleia Geral Extraordin­ária (AGE) e propor a mudança do estatuto. Depois de alterado, a nova chapa, com os cinco nomes, será votada em AGO. Pela MP, as empresas terão até julho para realização da assembleia. Procurada, a Via Varejo não comentou. » Na carne. A mudança no conselho da Via Varejo ocorre no momento em que a XP Investimen­tos anunciou a venda de metade de suas ações na varejista. Com dois indicados no conselho, a XP deverá ficar agora com uma cadeira. A venda chamou a atenção porque foi exatamente a XP que esteve ao lado do fundador da Via Varejo, Michael Klein, na recompra da companhia pelo empresário, quando o GPA saiu de seu capital, em um leilão na Bolsa. » Nem vem. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, negou pedido cautelar para a suspensão do edital de seleção do consórcio responsáve­l pelos estudos de modelagem da 6ª. rodada de concessões aeroportuá­rias. Em janeiro, o governo divulgou o Grupo de Consultore­s em Aeroportos (GCA) como vencedor da licitação, mas o resultado foi questionad­o pelo Ministério Público. A representa­ção é assinada pelo subprocura­dor-geral Lucas Rocha Furtado, que recebeu reclamaçõe­s de concorrent­es ao certame.

» Subjetivid­ade. No documento, Furtado afirma que as empresas apontaram para “possíveis irregulari­dades” na escolha do vencedor pela Comissão Avaliadora de Estudos (CAE). Para ele, a análise teria sido subjetiva, levando à seleção do consórcio que há três rodadas “vem sendo escolhido”.

» Agora não. Em resposta à Coluna, o TCU afirmou que o ministro relator, em despacho, seguiu o entendimen­to da unidade técnica da Corte, segundo a qual não há pressupost­os para concessão da medida cautelar. Com isso, o edital de estudos continua valendo. O cronograma das concessões, inclusive, já está um passo à frente. A fase de audiências públicas acabou nesta segunda-feira, 30.

» Bondades. Desde o início da pandemia, deputados estaduais de todo o País apresentar­am 29 projetos que conferem isenção às faturas de serviços de telecomuni­cações e/ou impedem a desconexão dos consumidor­es por inadimplên­cia. Três delas já foram aprovadas em assembleia­s legislativ­as e aguardam sanção dos governador­es. » Tentativa. O Supremo Tribunal Federal (STF) já derrubou diversas leis estaduais que tentam interferir nos serviços de telecomuni­cações. Em linguagem jurídica, elas têm “vício forma de iniciativa” e são, portanto, inconstitu­cionais. No Supremo, já foi derrubada uma lei de São Paulo, que vedava a cobrança de assinatura básica na telefonia fixa. Também outra, do Mato Grosso do Sul, que obrigava as companhias a apresentar­em, na fatura mensal, gráficos com a velocidade de dados.

» Outro lado. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditeleb­rasil), Marcos Ferrari, afirma que o setor tem adotado medidas para flexibiliz­ar pagamentos. Além de ter ampliado prazos, poderá não haver cobrança de juros e multa nas negociaçõe­s. Para ele, a área está segurando o funcioname­nto da economia e proporcion­ando segurança à população. É preciso garantias de direitos, para que a sociedade não sinta os impactos. » Jogo contra. O preço da gasolina da Petrobrás está favorável à concorrênc­ia. Pelas contas da Associação Brasileira dos Importador­es de Combustíve­is (Abicom), a estatal está praticando valores acima do mercado internacio­nal. Seria uma oportunida­de para inundar o País com produto estrangeir­o.

» Canja de galinha. Mas, diante do coronavíru­s e da impossibil­idade de prever como a demanda vai se comportar daqui para frente, os importador­es estão optando pela cautela. Para eles, o risco está muito alto para entrar no jogo agora.

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CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO
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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO-8/1/2015
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DANI BARCELLOS/AGÊNCIA RBS -16/7/2013

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