Governo descobriu que vírus chegou ao País em janeiro
Antes, o Ministério da Saúde considerava o primeiro registro em 26 de fevereiro; País tem 1.074 casos em um dia
O Ministério da Saúde informou ontem que detectou registro do primeiro caso de novo coronavírus no Brasil em 23 de janeiro. Antes, a pasta considerava um diagnóstico divulgado em 26 de fevereiro como sendo a chegada da doença no País.
“Havia circulação inicial de casos (da covid-19) já no fim de janeiro”, disse o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, em entrevista no Palácio do Planalto. O registro de janeiro é de uma mulher de 75 anos, de Minas Gerais, que morreu em decorrência da doença. Oliveira explicou que a paciente foi identificada com base na análise de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). O País registra forte alta de hospitalizações desse tipo (mais informações na página A13). Só uma parte dessas hospitalizações, porém, já tem resultado confirmado para o novo coronavírus.
O Brasil registrou ontem, em plataforma do Ministério da Saúde, 7.910 casos confirmados da covid-19. Foram 1.074 novas confirmações nas últimas 24 horas. As mortes pela doença subiram de 241 para 299. A taxa de mortalidade está em 3,8%.
De acordo com o balanço do Ministério da Saúde, o Estado de São Paulo continua sendo o mais afetado pela doença, com 3.506 casos confirmados e 188 óbitos. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (992 casos, 41 óbitos), Ceará (550 casos, 20 óbitos), Minas e Distrito Federal (cada um com 370 casos e 4 óbitos).
A Região Sudeste é a que concentra o maior número de casos: 4.988, o equivalente a 63% do total. Já a Região Norte, menos afetada, tem 377 casos confirmados da doença, o equivalente a 5% do total.
Vacina. Ontem, o governo ampliou o alcance da campanha de vacinação contra a gripe influenza, que teve início no dia 23 de março, com o atendimento de idosos acima de 60 anos e trabalhadores da saúde.
Agora, a partir do dia 16 de abril, na segunda fase de vacinação, serão atendidos caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e portuários, além de profissionais do sistema prisional, detentos e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos, que estejam detidos e sob medidas socioeducativas. Essa fase inclui ainda os profissionais de forças de segurança e salvamento e pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. A vacinação contra a gripe não protege da covid-19, mas é uma forma de evitar sobrecarga do sistema de saúde e facilitar o diagnóstico do novo coronavírus.