Rombo deve ir a R$ 419 bi, maior da história
O governo deve fechar o ano com as contas no vermelho em R$ 419,2 bilhões, o equivalente a 5,5% do PIB. A projeção foi apresentada ontem pelo secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Ele justificou que a estimativa leva em conta a adoção de novas medidas para combate às consequências econômicas do novo coronavírus, mas ressaltou que ela ainda pode ser revista. “Trata-se de uma estimativa e vai ser revisada quando novas medidas forem anunciadas”, afirmou, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Rodrigues disse que as medidas para atender a população mais vulnerável e para preservar os empregos terão um impacto de R$ 224,6 bilhões no resultado primário, o equivalente a 2,97% do PIB. O impacto do auxílio financeiro a informais, de R$ 600, terá impacto de 1,3% do PIB (R$ 98 bilhões), e o programa antidesemprego, que permite a suspensão de contratos e de redução de jornada e salários, de 0,68% do PIB (R$ 51,2 bilhões).
Ele destacou que essas medidas se somam à meta de déficit primário do governo central, de R$ 127 bilhões, ou 1,68% do PIB.
Com o estado de calamidade pública, não será preciso bloquear recursos do Orçamento para cumprir a meta fiscal. Isso porque o estado de calamidade, aprovado pelo Congresso e que vigora até 31 de dezembro, livra o governo de cumprir o resultado primário – as receitas menos as despesas, sem considerar os gastos com os juros da dívida./