O Estado de S. Paulo

Mortes já superam as por H1N1 em 2009

País ainda atingiu ontem o maior número de mortes em 24 horas, 217, e de casos confirmado­s, 3.257 novos

- Mateus Vargas / BRASÍLIA

As mortes por covid-19 confirmada­s no Brasil de 26 de fevereiro até quintafeir­a (2.141) superam o total registrado em 2009 no auge da pandemia de H1N1 (2.060). O País bateu novo recorde diário de mortes pela covid-19: 217 em 24 horas.

As mortes por covid-19 confirmada­s no Brasil desde 26 de fevereiro superam o total registrado em 2009, no auge da pandemia de H1N1. Naquele ano, a primeira morte foi registrada em junho no País.

Mesmo com alta subnotific­ação por falta de testes, reconhecid­a pelo próprio Ministério da Saúde, o País confirmou, até 16 de abril, 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela covid-19. Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos por H1N1, segundo dados do governo federal.

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) considerou a

H1N1 pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicament­os e vacina no tratamento.

Em 22 de março, Bolsonaro errou ao prever que a covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia. “O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foi na ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavíru­s”, afirmou o presidente.

O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimiza a covid-19 usando dados sobre a H1N1. Ele chegou a ser cotado para o cargo de ministro da Saúde, agora ocupado pelo oncologist­a Nelson Teich. Titular da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão disse no fim de março em entrevista ao Estado que a covid-19 é muito mais grave do que a pandemia enfrentada por ele. “A letalidade e o número de casos graves do H1N1 são muito mais baixos que os do novo coronavíru­s. O número de pessoas que adoece, precisa de ventilação pulmonar, foi significat­ivamente menor na pandemia de 2009. Uma outra diferença importante é a situação do sistema de saúde. Hoje, estamos mais frágeis do ponto de vista financeiro.”

Novo recorde. No dia em que o oncologist­a Nelson Teich tomou posse como ministro da Saúde, o Brasil bateu novo recorde diário de mortes pela covid-19. Foram 217 em 24 horas. Com isso, o número de óbitos por covid-19 passou para 2.141 ontem, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O País também atingiu nesta sexta-feira o maior número de casos confirmado­s de covid-19 em um único dia, com 3.257 novos registros de pessoas contaminad­as. No total, o Ministério da Saúde tem a informação de que 33.682 pessoas testaram positivo para o novo coronavíru­s. A região mais afetada pelo novo coronavíru­s é a Sudeste, com 56,6% dos casos.

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