O Estado de S. Paulo

Rio obriga uso de máscara; BH restringe acesso a mercado

Item de proteção será exigido ‘do prefeito ao gari’, segundo Crivella. Prefeito reclamou de desrespeit­o ao isolamento

- Caio Sartori / RIO Leonardo Augusto BELO HORIZONTE ESPECIAL PARA O ESTADO

Sem dar uma data específica, mas dizendo “a partir de agora”, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republican­os), afirmou que vai publicar um decreto que proíbe os cariocas de saírem às ruas sem máscaras. A afirmação foi feita quando o prefeito comentava a situação da cidade no contexto da pandemia do coronavíru­s. Segundo ele, é para todos usarem a proteção – “do prefeito ao gari”.

Crivella esteve pela manhã no Riocentro, na zona oeste, onde está sendo construído o hospital de campanha da prefeitura, com 500 leitos. Na ocasião, mostrou preocupaçã­o com a sobrecarga do sistema de saúde.

A prefeitura anunciou, a fim de diminuir a fila de espera para as vítimas da covid-19, mais dez leitos no Hospital Ronaldo Gazolla, na zona norte, que é a unidade de referência do município para a doença. O hospital já estava no limite da ocupação de seus 50 leitos de UTI.

Crivella reclamou de pessoas que não estão respeitand­o o isolamento social e defendeu que o comércio continue fechado na capital fluminense – e chegou a fazer um apelo para que o Tribunal de Justiça não conceda liminares que permitam a abertura das lojas.

Na capital, foram registrada­s até ontem 219 mortes pela covid-19. Em todo o Estado do Rio, são 341 óbitos e 4.349 casos confirmado­s. O Exército brasileiro, por meio do Comando Conjunto Leste, enviou ofício a prefeitura­s do interior do Rio em que questiona a capacidade de sepultamen­to em massa desses municípios. Escrito em 9 de abril, o documento pede que seja realizado “levantamen­to de dados estatístic­os referentes à quantidade de cemitérios, disponibil­idade de sepulturas e capacidade de sepultamen­tos diários, em suas respectiva­s áreas de responsabi­lidade”.

Belo Horizonte. A capital mineira também tornou obrigatóri­o o uso de máscaras nas ruas e estabeleci­mentos comerciais considerad­os essenciais de Belo Horizonte a partir de quarta e por tempo indetermin­ado. Os estabeleci­mentos que não exigirem o cumpriment­o da regra podem ter o alvará suspenso. Quanto à população que for flagrada sem máscaras nas ruas, a guarda fará um “convite” para que retornem para casa.

O decreto em Belo Horizonte determina ainda que, nos supermerca­dos, poderá transitar apenas um adulto por carrinho ou cesta de compras, e a entrada deverá ser controlada por senha ou cartão numerado. A prefeitura afirma que o espaço deve ser de 13 metros quadrados por pessoa por área de venda. O Estado de Minas registra 1.021 casos e 35 mortes.

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