O Estado de S. Paulo

No Japão, ordem é medir temperatur­a e evitar Tóquio

Richardson, brasileiro que joga no país, diz que há grande preocupaçã­o com a febre e orientação para não ir à capital

- D.B.

O Japão está em estado de emergência por causa do novo coronavíru­s, a preocupaçã­o dos governante­s é crescente e, para os brasileiro­s que vivem no país, a situação acaba sendo um pouco a mais delicada. É que além da preocupaçã­o com a saúde ainda há a tensão com a parte da família que está no Brasil. É o caso, por exemplo, do volante Richardson.

O jogador de 28 anos defende o Kashiwa Reysol desde o ano passado, após atuar no Ceará.

Hoje, vive um misto de cautela e tensão. “Os dias estão sendo tranquilos por enquanto. Estou ficando com a minha família dentro de casa, mas nada de anormal. Estamos nos precavendo como podemos nesse período de quarentena”, disse o volante ao Estado.

Na quinta-feira, o primeiromi­nistro Shinzo Abe estendeu o estado de emergência para todo o Japão até 7 de maio. No total, são mais de nove mil infectados e 200 mortes no país. Ontem, Abe pediu: “Por favor, evitem sair, tudo depende da ação de cada indivíduo”.

Richardson tem adotado todas as medidas de higiene, como lavar as mãos e só sair de casa quando necessário. Além disso, o departamen­to médico do Kashima Reysol está em alerta em relação às condições dos atletas. “As orientaçõe­s do clube foram para a gente medir a temperatur­a corporal todos os dias e, em caso de febre, avisar imediatame­nte o departamen­to médico. Também orientaram os jogadores a ficar em casa e evitar ir a Tóquio, onde tem tido o maior número de casos aqui no Japão”, explicou.

Enquanto se preocupa com a sua saúde, a da mulher e do filho de um ano e dois meses, Richardson também fica em alerta com seus pais, que vivem na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. “Constantem­ente falo com eles sobre os perigos que esse vírus pode causar”, conta o jogador.

A previsão inicial é que os treinos no Kashiwa Reysol voltem no dia 1º de maio. Até lá, o volante fará treinos físicos em casa, sob a supervisão de um profission­al do Brasil, por meio de chamada de vídeo.

“Nenhum jogador gosta de ficar tanto tempo sem jogar, mas o momento é de pensar no próximo e não apenas em nossa carreira. Essa quarentena pode salvar vidas na situação delicada que estamos vivendo no mundo todo”, considera Richardson.

Apesar do temor, mesmo se pudesse voltar ao Brasil – os voos estão suspensos –, Richardson não iria viajar. “No momento, não passa pela minha cabeça voltar. Infelizmen­te a situação está bem mais complicada no Brasil do que no Japão”, justificou. /

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FUTPRESS Em alerta. Richardson diz seguir todas as recomendaç­ões

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