PROMESSAS AO VENTO
Alardeado como o primeiro superesportivo nacional, Vorax teria motor V8 de até 750 cv, mas nunca foi feito em série
Em outubro de 2010, menos de um mês antes da abertura do Salão do Automóvel de São Paulo, a Rossin-Bertin apresentou o Vorax. O projeto criado pela empresa brasileira daria origem a dois modelos: um cupê e um conversível. Um protótipo foi levado à feira e, ao ser celebrado com estardalhaço, chamou a atenção do público e, sobretudo, da imprensa especializada. Mas a promessa de lançamento do primeiro superesportivo “made in Brazil” nunca chegou a sair do papel.
O Vorax (pronuncia-se Vôrax) era uma evolução do DR7, conceito cujos detalhes o Jornal do Carro havia antecipado em maio daquele ano. Assim como o anterior, o novo modelo traria tudo o que havia de mais moderno na indústria mundial de veículos de alta performance.
A fabricante informou que o chassi seria tubular, feito de alumínio, e a carroceria, de fibra de carbono. Os perfis da estrutura seriam construídos pela Alcoa e montados pela Rossin-Bertin.
A marca mostrou uma estrutura pronta, além de um cupê Vorax, no estande da importadora Platinuss no Salão. O modelo brasileiro dividiu espaço com supercarros famosos, como o sueco Koenigsegg CCXR, o holandês Spyker C8 Aileron e o italiano Pagani Zonda R.
De acordo com informações da empresa, o chassi pesava apenas 220 kg e o motor seria um V10 de 5 litros – o mesmo do BMW M5. Mas, em vez de gerar 420 cv de potência, como na versão esportiva do sedã alemão, seria configurado para entregar de 570 cv a 750 cv, dependendo da configuração do Vorax.
O modelo tinha 4,72 metros de comprimento (9 cm a mais que um Toyota Corolla, por exemplo) e pesava cerca de 1.300 kg. De acordo com dados da marca, o Vorax poderia acelerar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e chegar a 330 km/h.
A Rossin-Bertin informou que ergueria uma fábrica em Blumenau (SC) onde também faria peças de fibra de carbono. O início de produção da versão fechada estava previsto para 2012. A conversível seria lançada no ano seguinte. Havia até projeção de preço: a partir de cerca de R$ 700 mil.
A empresa chegou a informar que havia recebido 20 encomendas do carro. E que o Vorax estaria sendo submetido à avaliação da EuroNCAP, entidade que faz testes de colisão de modelos vendidos na Europa.
Pouco tempo depois, as informações sobre a empresa e o carro começaram a rarear. Bertin Júnior, dono da Platinuss, fechou a importadora e vendeu o ponto onde ofereceria supercarros em São Paulo.
O último contato do JC com a empresa ocorreu em 2015. Na época, fomos informados que o projeto ainda estaria vivo. Tentamos, sem sucesso, falar com os responsáveis pelo projeto.
DoniRosset.
O caso da Rossin-Bertin não é o único do tipo no Brasil. Em 2012, quando (em tese) os primeiros Vorax estariam saindo da linha de montagem, um novo superesportivo surgiu no País.
As similaridades são enormes. Um nova empresa brasileira com nome composto apresentou um supercarro inédito projetado por um ex-desenhista de uma grande montadora.
Agora estamos falando do DoniRosset, apresentado em maio de 2012 por William Denis Rosset.
O nome do carro era uma homenagem do empresário paulista do ramo da construção civil a seu pai, Donino.
O projeto do carro ficou a cargo de Fernando Morita. O designer, que havia trabalhado na Volkswagen, atualmente é coordenador em São Paulo do Istituto Europeo di Design.
Durante a apresentação, Rosset disse que a ideia havia surgido em 2007. Ele também afirmou que um protótipo do superesportivo ficaria pronto após cerca de quatro meses.
O DoniRosset teria motor V10 de 8,4 litros do Dodge Viper. Graças a dois turbos e ao uso de etanol como combustível, a potência seria de 1.007 cv.
O empresário disse que havia recebido cinco encomendas do carro. E que pretendia erguer uma fábrica que se tornaria um ponto turístico “em uma cidade serrana, com clima europeu”.
Até o fechamento desta reportagem não havíamos conseguido contatar o empresário.
MODELO SERIA FEITO EM SC, TERIA VERSÕES CUPÊ E CONVERSÍVEL E PREÇO A PARTIR DE R$ 700 MIL