Número de mortos no País chega a 9.146
São Paulo continua a liderar em casos. O novo coronavírus já está presente em seis de cada dez cidades do Estado
O Brasil registrou 610 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde ontem. Com isso, o total oficial de vítimas da doença no País subiu de 8.536 para 9.146. No registro diário, o País superou o Reino Unido (539 óbitos) e só fica atrás dos EUA (2.495 mortes).
O número oficial de casos confirmados de covid-19 passou de 125.218 para 135.106, sendo 9.888 novos casos registrados entre anteontem e ontem. Considerando essa atualização, o País ultrapassou a Turquia em número de casos, que, segundo levantamento da universidade Johns Hopkins, registrava até 19h20 desta quinta-feira 133.721 casos confirmados da doença, na posição de 8.º país do mundo com mais casos confirmados da covid-19.
São Paulo continua a liderar em casos. O novo coronavírus já está presente em seis de cada dez cidades do Estado e provocou 3.206 mortes até esta quinta-feira. Dos 645 municípios, 381 têm um ou mais casos, com óbitos em 166 deles.
Com o avanço da doença para o interior, litoral e cidades da Grande São Paulo, menos a capital, já são 1.220 vítimas (38% do total) e 15.655 pessoas infectadas (39,2%). Há também mais de 9,6 mil pacientes internados em hospitais, sendo 3.767 em UTI e 5.919 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento de covid-19 é de 66,9% no Estado de São Paulo e de 89,6% na Grande São Paulo.
Projeção. Uma estimativa realizada por pesquisadores brasileiros e publicada no site covid19 Brasil aponta mais de 1,6 milhão de casos da doença causados pelo novo coronavírus no País, sendo 526 mil só no Estado de São Paulo. A contabilidade desses casos ocultados das estatísticas pela subnotificação colocaria o Brasil como o novo epicentro da doença, ultrapassando 1,2 milhão de casos registrados nos Estados Unidos, país com população maior que a brasileira.
“É sabido que existe uma grande subnotificação de casos no Brasil todo, pois só estão sendo testados os casos graves, de quem vai para os hospitais. Mas de quanto é essa distorção da realidade? A motivação deste estudo é, de alguma forma, contribuir para o planejamento da epidemia, pois com essa subnotificação tremenda só estamos vendo a ponta do iceberg”, diz Domingos
Alves, integrante do grupo, formado por cientistas de mais de dez universidades brasileiras para monitorar a epidemia por meio de técnicas de ciências de dados.
O pesquisador, que também é coordenador do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que uma estimativa mais realista do número de casos permitiria que governos e população tivessem maior capacidade de planejar medidas de combate à pandemia. “Para ter uma noção real da dimensão, o ideal seria testagem em massa.”