Empresários não sabiam de reunião com Toffoli
A “marcha” até o Supremo Tribunal Federal (STF) não estava prevista na agenda dos empresários e foi sugerida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro depois que os representantes do setor produtivo disseram que, na opinião deles, é possível reabrir fábricas e lojas com segurança mesmo diante de um cenário de crescimento de casos de coronavírus no País. A ideia foi fazer chegar ao Judiciário a pressão que o presidente vem sofrendo do setor produtivo.
No Palácio do Planalto, o grupo de 15 empresários traçou um cenário preocupante e disse ter planos de como poderia retomar a atividade econômica. Foi neste momento que Bolsonaro questionou os presentes se concordariam em atravessar a Praça dos Três Poderes e ir até o STF apresentar os mesmos dados. Bolsonaro lembrou aos empresários que o STF decidiu que Estados e municípios têm autoridade para decidir o que fecha e o que abre. Por isso, levou todos para bater na porta de Toffoli.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que a reunião com Bolsonaro estava marcada para discutir a situação da indústria. “De repente, o presidente nos chamou para ir até o STF para conversar com o presidente Dias Toffoli. Então seguimos a pé com ele até lá”, disse Veloso.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, disse que a ideia de Bolsonaro não causou constrangimento. “Foi quem quis.”
O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, disse que a indústria não defende uma reabertura desenfreada do comércio. “Não é uma volta ao que se tinha antes. Tem de haver uma flexibilização.”