O Estado de S. Paulo

Empresário­s não sabiam de reunião com Toffoli

- / LORENNA RODRIGUES. RENÉE PEREIRA, FERNANDO SCHELLER e LUCIANA RIBEIRO DYNIEWICZ

A “marcha” até o Supremo Tribunal Federal (STF) não estava prevista na agenda dos empresário­s e foi sugerida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro depois que os representa­ntes do setor produtivo disseram que, na opinião deles, é possível reabrir fábricas e lojas com segurança mesmo diante de um cenário de cresciment­o de casos de coronavíru­s no País. A ideia foi fazer chegar ao Judiciário a pressão que o presidente vem sofrendo do setor produtivo.

No Palácio do Planalto, o grupo de 15 empresário­s traçou um cenário preocupant­e e disse ter planos de como poderia retomar a atividade econômica. Foi neste momento que Bolsonaro questionou os presentes se concordari­am em atravessar a Praça dos Três Poderes e ir até o STF apresentar os mesmos dados. Bolsonaro lembrou aos empresário­s que o STF decidiu que Estados e municípios têm autoridade para decidir o que fecha e o que abre. Por isso, levou todos para bater na porta de Toffoli.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipament­os (Abimaq), José Velloso, disse que a reunião com Bolsonaro estava marcada para discutir a situação da indústria. “De repente, o presidente nos chamou para ir até o STF para conversar com o presidente Dias Toffoli. Então seguimos a pé com ele até lá”, disse Veloso.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, disse que a ideia de Bolsonaro não causou constrangi­mento. “Foi quem quis.”

O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçado­s), Haroldo Ferreira, disse que a indústria não defende uma reabertura desenfread­a do comércio. “Não é uma volta ao que se tinha antes. Tem de haver uma flexibiliz­ação.”

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