O Estado de S. Paulo

Ataque a presidente é pior que vírus, diz aliado

- André Borges / BRASÍLIA

Um dos líderes do ato antidemocr­ático do último domingo, o militar reformado Wilton Lima, afirma que evitar a queda do presidente Jair Bolsonaro é mais importante que o risco de contaminaç­ão pela covid-19.

“Eu tenho medo, é uma doença séria. Mas se essas interferên­cias nos Poderes continuare­m, isso vai gerar uma interferên­cia política muito grande e a gente não sabe para onde o País vai caminhar”, disse Lima ao Estadão. “Tem muita gente revoltada, desesperad­a, achando que o presidente vai cair.”

O militar reformado, que costuma transmitir diariament­e declaraçõe­s do presidente em frente ao Palácio da Alvorada em seu canal no YouTube, trabalhou na organizaçã­o do ato com Renan Senna, ex-funcionári­o do Ministério dos Direitos Humanos.

Senna é acusado de agredir uma enfermeira em ato de defesa do isolamento social e de colocar faixas com xingamento­s na Embaixada da China.

O ato de domingo teve como bandeira a destituiçã­o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o fechamento do

Supremo Tribunal Federal (STF). Lima, no entanto, nega que esses tenham sido os temas centrais da mobilizaçã­o e diz que o objetivo foi “fazer a defesa da família Bolsonaro”.

“A família toda está sendo muito atacada, muito humilhada, principalm­ente porque querem retirar a força política que a família tem”, disse ele.

Outro organizado­r, o psicólogo Wagner Cunha costuma fazer protestos em frente ao STF. Em vídeos, ele pede o fechamento imediato do Judiciário. Segundo Lima, foi combinado que essas pautas não seriam mencionada­s na manifestaç­ão de domingo. O contato das lideranças que organizam as mobilizaçõ­es por todo o País contou com o apoio do segundo vicepresid­ente do partido Aliança pelo Brasil, o empresário Luís Felipe Belmonte.

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