O Estado de S. Paulo

Teich exonera 13 e abre espaço para indicações

- COLABOROU TÂNIA MONTEIRO Mateus Vargas / BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Nelson Teich, exonerou 13 servidores da pasta ontem. As trocas já estavam previstas desde a saída de Luiz Henrique Mandetta (DEM) do cargo de ministro, em 16 de abril, e algumas mudanças foram feitas a pedido dos servidores. A nova gestão tem loteado cargos estratégic­os com militares e, dentro da estratégia do Palácio do Planalto de angariar apoio no Congresso, também abre espaço a partidos do Centrão, como PL e PP.

As mudanças esvaziam áreas estratégic­as, como as secretaria­s de Atenção Primária à Saúde (Saps) e de Vigilância em Saúde (SVS). O general Eduardo Pazuello foi nomeado secretário executivo, “número 2” do ministério, e indicou mais de uma dezena de militares ao órgão, que estão sendo nomeados aos poucos. Uma das principais mudanças previstas é a nomeação do coronel Alexandre Martinelli Cerqueira na Diretoria de Logística (DLOG), área responsáve­l por compras do ministério.

Para gestores do SUS ouvidos pelo Estadão, Teich parece “perdido”, sem dar uma diretriz sobre o que pretende fazer no ministério, e “tutelado” pelo Planalto e pela ala militar do governo. O ministro nega a tutela. Em reunião na Câmara dos Deputados, ontem, ele afirmou que é “o líder” do ministério.

Teich disse também que militares deixarão cargos estratégic­os do órgão após o “tempo de guerra” de enfrentame­nto à covid-19. “Essas pessoas não são definitiva­s. Conforme a situação voltar ao normal, essas pessoas vão voltar a seus lugares e pessoas não militares vão ser colocadas”, disse o ministro. “Esse momento é de guerra.”

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