O Estado de S. Paulo

Após ‘vida normal’ pela manhã, Belém começa a seguir regra

Capital do Pará registra redução do movimento nas ruas e comércio apenas depois de a polícia fazer operação

- Roberta Paraense ESPECIAL PARA O ESTADO / BELÉM

O primeiro dia de bloqueio total das atividades não essenciais em Belém mudou gradativam­ente o cenário da capital. Outros nove municípios paraenses também adotaram o “lockdown”. Na manhã de ontem, o comércio, feiras, mercados e vias, sobretudo na periferia da cidade, estavam lotados. À tarde, a realidade era outra: a movimentaç­ão quase zero. Estabeleci­mentos comerciais baixaram as portas e a circulação de pessoas diminuiu, após uma operação de agentes da Segurança Pública.

Até domingo, as medidas tomadas para manter as pessoas em casa e evitar a proliferaç­ão do novo coronavíru­s no Pará serão aplicadas em caráter educativo. Mas, partir de segunda-feira, quem desrespeit­ar o Decreto Estadual 729/2020 sofrerá penalidade­s. Pessoas físicas receberão multas de R$150 e estabeleci­mentos comerciais, de R$50 mil. Em caso de reincidênc­ia, os valores duplicam.

Na Feira do Ver-o-Peso, que estava lotada pela manhã, por volta das 15 horas poucos feirantes ainda tentavam vender o restante das mercadoria­s, sob baixo movimento. Ao mesmo tempo em que havia a preocupaçã­o com o novo coronavíru­s, eles permanecia­m desolados.

Maria do Carmo de Almeida, de 47 anos, relutou e foi “à labuta”. “Eu sei que neste momento é importante ficar em casa. Mas o meu sustento é a venda de frutas. Daqui para frente, já nem sei o que farei, com o baixo movimento. Entendo, mas, para mim, é triste”, lamentou.

Até nos bancos, como nas agências da Caixa Econômica Federal, que estava registrand­o aglomeraçõ­es diárias, as filas estavam pequenas.

Na última quarta-feira, um dia antes de valer o decreto estadual, Belém registrava o índice de isolamento de 48,5%, quando o ideal é de 70%, de acordo com a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS).

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