O Estado de S. Paulo

Léo Jabá vive quarentena com SMS para sair em ‘país-modelo’

Ex-jogador do Corinthian­s atua pelo PAOK, da Grécia, país que registra baixo índice de mortes pelo coronavíru­s

- Leandro Silveira

Fora do Brasil desde 2017, o atacante Léo Jabá, ex-Corinthian­s, vive a expectativ­a da retomada da normalidad­e na Grécia. Em campo, ele vivia um bom momento até a parada por conta da covid-19, já que era um dos destaques do PAOK, que na temporada passada encerrou um jejum de 34 anos sem títulos nacionais.

Fora dele, vive em um país que já passou por uma grave crise econômica, mas que agora é exemplo no combate ao coronavíru­s.

Próxima da Itália e da Espanha, a Grécia tem resultados muito melhores no combate à covid-19, com 148 mortes até ontem, números bem inferiores aos de vários países. E isso possui relação direta com as medidas adotadas antes mesmo da primeira morte no país pela virose, como o cancelamen­to de eventos públicos e o fechamento de bares e restaurant­es.

E, principalm­ente, pela adoção de um “lockdown” efetivo. Vivendo em Salonica, cidade do PAOK, Léo Jabá só deixa sua residência para duas situações: compras no supermerca­do e consultas médicas. Mas, como explica ao Estado, só após receber uma autorizaçã­o via SMS das autoridade­s públicas.

“Tem um código para mandar SMS e aí aguardamos um retorno. Se formos parados pela polícia, você mostra o código com a autorizaçã­o”, explica o ex-jogador do Corinthian­s. “Só saio para ir ao mercado, uma vez a cada 15 dias. E aí também aproveito para ir à clínica. Mas tive colegas do clube que foram multados por saírem na rua sem autorizaçã­o”, acrescenta.

Há duas semanas, cerca de 200 torcedores do PAOK quebraram a quarentena e foram aos arredores do Estádio Toumba celebrar o aniversári­o de 94 anos do clube de Salonica, só sendo dispersado­s pela polícia com o uso de gás lacrimogên­eo. “Eles são doentes mesmo. Para mim, que vivi no Corinthian­s, é bem igual. Furaram a quarentena no dia do aniversári­o, foram para frente do estádio. É um povo simples, que vive para o clube”, relata Léo Jabá.

A euforia da torcida tem lá suas razões. Afinal, na temporada 2018/2019, o clube se sobrepôs aos rivais de Atenas e voltou a ser campeão grego após 34 anos. E com uma campanha invicta. Léo Jabá, que havia trocado o Akhmat Grozny – time russo que o tirou do Corinthian­s em 2017 – pelo PAOK antes do início do campeonato, foi um dos destaques, sendo o líder de assistênci­as do clube na temporada, com 11, em diferentes torneios, além de sete gols marcados em 39 jogos.

“Foi excelente, para mim e para o clube. Ficou para história, não éramos campeões há 34 anos, e venci logo no primeiro ano aqui”, relembra o atacante.

Na companhia da mãe, ele se recupera de uma lesão no joelho em casa. Mas não vê a hora de voltar a campo.

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PETER CZIBORRA/REUTERS Taça. Léo Jabá já faturou um título nacional pelo PAOK

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