O Estado de S. Paulo

Com alta na bolsa, Marfrig é sondada para ofertar ações

- FERNANDA GUIMARÃES, CYNTHIA DECLOEDT, ANNE WARTH, MARIANA DURÃO E TALITA NASCIMENTO

Uma das poucas empresas da Bolsa brasileira que mantém elevada valorizaçã­o a despeito da covid-19, a Marfrig, do empresário Marcos Molina, foi procurada ontem por bancos de investimen­to para a realização de uma oferta de ações (follow on). No entanto, o frigorífic­o teria rechaçado a ideia. A Marfrig já fez uma oferta, de cerca de R$ 3 bilhões, em dezembro do ano passado. Desse total, R$ 2 bilhões foram para o caixa do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), que deixou de ser sócio. A proposta para a realização de uma oferta não é à toa: ao contrário do que tem sido observado no mercado, a leitura é de que a Marfrig poderá ter neste ano um dos melhores da sua história: Procurada, Marfrig, que está em período de silêncio, não comentou.

Foi essa a conclusão de relatório de ontem do Credit Suisse. O documento ajudou na alta das ações de ontem e teria sido utilizado como um argumento para o bom momento para a oferta. Além do dólar elevado ajudar as exportador­as, a Marfrig pode se beneficiar do fechamento temporário de frigorífic­os nos Estados Unidos e está bem posicionad­a no mercado chinês. Os bancos teriam argumentad­o que a Marfrig teria facilidade para fazer caixa, como forma de precaução, já que não se sabe quando o fim da crise vai chegar. No ano, a ação da Marfrig acumula alta de cerca de 37%, ao passo que o Ibovespa recua 32%. Procurada, Marfrig, que está em período de silêncio, não comentou.

O Congresso vai retomar as discussões sobre a criação do vale-internet para garantir a conectivid­ade da população de baixa renda durante a pandemia do covid-19, uma proposta que não avançou no governo federal. A senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) apresentou projeto de lei que cria um voucher de R$ 100 por quatro meses, para cada uma das 28,4 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único do Ministério da Cidadania, no qual estão os programas sociais do governo. O dinheiro viria do Fundo de Universali­zação dos Serviços de Telecomuni­cações (Fust).

Tem acordo?

A senadora disse ter falado com integrante­s do Ministério de Tecnologia (MCTIC) e da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) para formular a proposta. Falta o ok do Ministério da Economia. A ideia é pautar o projeto e propor aos líderes que tramite em regime de urgência, assim que houver acordo com o Executivo.

Mais caro.

No mês passado, as teles sugeriram ao governo a criação de um vale-internet, batizado de “conexão solidária”. O valor seria de R$ 15 mensais, e para as 13,5 milhões de famílias cadastrada­s no Bolsa Família. O programa custaria cerca de R$ 810 milhões em quatro meses. Já o projeto da senadora, no mesmo período, consumiria um total de R$ 11,360 bilhões.

Canabidiol.

A carioca Caroline Heinz, antes vice-presidente da HempMeds no Brasil, assumiu, com o mexicano Raul Elizalde, o cargo de co-CEO global da empresa. A HempMeds, subsidiári­a da companhia norte-americana Medical Marijuana, foi a primeira autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a importar produtos à base de canabidiol. Caroline chegou à liderança do braço brasileiro em 2014, quando a aprovação foi concedida.

Lastro.

Caroline levou a HempMeds à marca de 5 mil importaçõe­s desde 2015, ou 80 mil frascos do produto e, atualmente, 2 mil pacientes. Em um País com tantas restrições à substância, os números deram à executiva destaque internacio­nal.

À distância.

A pandemia do coronavíru­s levou muitas companhias a flexibiliz­arem o prazo de entrega do boletim de voto à distância pelos acionistas. O uso desse mecanismo foi altíssimo em empresas como B3 (98%), CCR (96,%), Vivara (94%), Iochpe (93,7%) e Ambev (88%), segundo levantamen­to feito pelo escritório de advocacia BMA para a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), com base em documentos divulgados entre 20 de março e 30 de abril.

Teimosos.

Mesmo com os riscos associados à doença, 84% de 246 assembleia­s analisadas ainda mantiveram o modelo presencial. Um total de 9% adotaram o modelo híbrido (presencial e digital) e somente 7% fizeram reuniões completame­nte digitais. Os encontros presenciai­s tiveram uso de máscaras e álcool gel, distanciam­ento entre acionistas e medição de temperatur­a dos participan­tes, entre outras medidas.

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EMERSON SECCO/ESTADÃO - 27/5/2009
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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 20/1/2014
 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 8/4/2020 ??
DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 8/4/2020

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