Com pandemia, lucro do BB tem queda de 20%
O Banco do Brasil fechou ontem a temporada de resultados dos grandes bancos de capital aberto ao anunciar lucro líquido de R$ 3,395 bilhões no primeiro trimestre, queda de 20,1% ante o mesmo período do ano passado. A instituição seguiu os pares privados e fez um reforço nas provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, antecipando efeitos da pandemia do novo coronavírus, o que puxou os resultados para baixo. Na comparação com os três meses anteriores o lucro encolheu 26,6%.
O BB constituiu R$ 2,04 bilhões em provisões no primeiro trimestre para se antecipar à covid-19. Do total, foram R$ 1,17 bilhão no segmento pessoa física, R$ 824 milhões para a carteira de empresas e R$ 46 milhões no agronegócio. Segundo o banco, o reforço foi “prudencial” diante do “atual cenário desafiador para todo o sistema”.
Também alinhado com os pares privados, o BB decidiu suspender as projeções de desempenho esperadas para 2020.
Apesar de ter reduzido o lucro do banco, o efeito coronavírus fez o BB expandir a carteira de crédito – aumento de 6,5% em relação aos três meses anteriores. O impulso para o crédito veio, principalmente, da pessoa jurídica em meio à corrida das empresas por liquidez na crise.
Os empréstimos para esse público cresceram 12,4% ao fim de março ante dezembro e 5,9% em um ano. Na pessoa física foram registradas altas de 1,5% e 8,6%, respectivamente.
O reforço nas provisões se refletiu na rentabilidade do banco. O retorno sobre o patrimônio líquido médio caiu a 12,5%, ante 17,7% no trimestre anterior.
Após o resultado, acompanhando o movimento de todo o segmento, as ações preferenciais do banco, sem direito a voto, fecharam em queda de 1,89%.