O Estado de S. Paulo

Dnit vira motivo de queda de braço com militares

PL de Valdemar Costa Neto disputa o órgão, hoje chefiado por um general; ministro vetou indicações na autarquia

- Vera Rosa Tânia Monteiro / BRASÍLIA

A queda de braço do Centrão com os militares do governo se intensific­ou, nos últimos dias, por causa do controle do Departamen­to Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (Dnit), que tem orçamento de R$ 8,4 bilhões para este ano. O PL de Valdemar Costa Neto quer retomar a autarquia, hoje comandada pelo general Antônio Leite dos Santos Filho, mas enfrenta resistênci­as no governo.

Depois do acordo para que o Progressis­tas (antigo PP) ficasse com o Departamen­to Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), o impasse gira agora em torno do Dnit e do Fundo Nacional de Desenvolvi­mento da Educação (FNDE). A exemplo do ministro da Infraestru­tura, Tarcísio Gomes de Freitas, que vetou indicações para o Dnit, o titular da Educação, Abraham Weintraub, já avisou que não aceitará entregar o FNDE ao Progressis­tas nem a nenhum outro partido do Centrão.

Nas negociaçõe­s para a montagem da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro no Congresso ficou acertado que o PL terá o controle do Banco do Nordeste e da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. O problema é que o PL insiste em voltar ao comando do Dnit, antigo feudo do partido.

Uma portaria editada em março de 2019 blindou as superinten­dências do Dnit nos Estados ao determinar que os indicados precisam passar por processo seletivo. Ex-deputado, Costa Neto – que dirige o PL – foi condenado em 2013 no processo do mensalão e chegou a ser preso. Apelidado de “Boy”, ele sempre transitou bem tanto na direita como na esquerda e é quem tem negociado os cargos do partido com o Palácio do Planalto.

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