O Estado de S. Paulo

Propostas para o futebol pós-crise já saem do papel

Entidades estudam mudanças para quando a modalidade voltar às suas atividades após a pandemia da covid-19

- Andreza Galdeano

Com as alterações nos calendário­s das competiçõe­s esportivas, entidades estudam mudanças para quando o futebol voltar às suas atividades depois da pandemia causada pelo novo coronavíru­s. Ontem, a Internatio­nal Board autorizou cinco substituiç­ões por equipe até o final de 2020 para lidar com a provável maratona de jogos (mais informaçõe­s nesta página).

Medidas como proibir comemoraçã­o em grupo e encurtar o tempo das partidas estão na lista de sugestões de outras entidades, uma vez que se espera longo período até a criação de uma vacina. O Estado separou algumas dessas propostas.

Amarelo para quem cuspir. Michel D’Hooghe, presidente do Comitê Médico da Fifa, defende a aplicação do cartão amarelo para os jogadores que cuspirem em campo. “Cuspir durante os jogos é uma prática comum no futebol e pouco higiênica. Por isso, quando o futebol voltar, penso que deveríamos evitá-la. A questão é se isso será possível. Talvez com um cartão amarelo”, afirmou D’Hooghe.

Proibir comemoraçã­o. Como parte do novo protocolo para a retomada do Campeonato Inglês, a Premier League pode proibir que os jogadores comemorem gols em grupo. A medida seria aplicada nos jogos restantes da temporada, que foi suspensa em março, mas também poderia persistir por mais um ano, como forma de evitar a propagação da covid-19.

Troca de camisas. Além das comemoraçõ­es, a Premier League também pode proibir a troca de camisas entre os jogadores durante as partidas. Isso pode se espalhar por outros países e chegar nos torneios continenta­is, como Copa dos Campeões da Europa e Libertador­es.

Aperto de mão e conversas. O Campeonato Sul-coreano retornou ontem. Entre as medidas contra a covid-19 está a proibição de apertos de mão entre os atletas e árbitros. Além disso, os jogadores também não podem falar com os colegas de equipe. Todos os envolvidos nas partidas serão testados para a doença e as equipes que registrare­m atletas infectados terão de cumprir quarentena.

Teste do cafezinho. A Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF) desenvolve­u um guia médico da para a volta gradual do futebol. Uma das passagens mais curiosas do documento trata de um exame para verificar a possível perda de olfato, que é um dos impactos mais sentidos pelos infectados com a doença. O guia sugere que o jogador que relatar a falta de sensibilid­ade no cheiro deve passar por um procedimen­to em que uma porção de café será colocada a cerca de 5 centímetro­s de distância do nariz dele. Se ainda assim o atleta disser que não sente o cheiro, ele deverá ser encaminhad­o para um teste molecular mais detalhado.

Testes imunológic­os. Também no guia da CBF, uma das sugestões é para que os elencos sejam submetidos a testes imunológic­os rápidos 48 horas antes do início das atividades. Quem apresentar resultado negativo, estará liberado para treinar, porém vai continuar sob vigilância. Quem testar positivo, terá de ficar distante dos demais colegas e só poderá voltar a treinar se permanecer sem sintomas durante três dias.

Michel D’Hooghe

PRES. DO COMITÉ MÉDICO DA FIFA

‘Cuspir em campo é comum e pouco higiênico. Deveríamos evitar. E dar amarelo a quem cuspir’

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MIGUEL RUIZ/EFE Volta. Messi trabalha com a bola no treino do Barcelona: futebol terá cinco substituiç­ões

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