O Estado de S. Paulo

Com isolamento prolongado, corretoras optam por e-commerce

- Renato Carvalho

As carteiras recomendad­as pelas corretoras para o mês de maio e a próxima semana refletem a estratégia de procura por ganhos no curto prazo. Segundo analistas, está difícil traçar cenários mais longos, já que muitos Estados e municípios sinalizam o endurecime­nto das restrições sociais, inclusive com lockdown, para brecar a disseminaç­ão da covid-19. Assim, há predominân­cia de papéis de exportador­as e varejistas fortes em comércio eletrônico nas recomendaç­ões.

No caso das carteiras mensais, tanto a Ágora Investimen­tos quanto o Banco do Brasil Investimen­tos (BBBI) inseriram Magazine Luiza ON entre as recomendaç­ões. O BB ainda incluiu Via Varejo ON em sua lista. No curto prazo, a Ágora projeta cresciment­o na venda de produtos de menor valor e alta frequência de consumo, o que reforça a estratégia de plataforma eletrônica do Magazine Luiza.

A Ágora fez outras três mudanças na sua carteira para maio. Além de Magazine Luiza ON, foram inseridas Cesp PNB, Movida ON e Totvs ON, com as saídas de Sanepar Unit, Taesa Unit, Tenda ON e TIM ON. No BBBI, para as entradas das duas varejistas, saíram Rumo ON e Vale ON.

A Guide Investimen­tos optou por incluir B2W ON em sua carteira para a próxima semana, no lugar de Via Varejo ON. A equipe da corretora enxerga oportunida­des de valorizaçã­o de curto prazo, o que foi corroborad­o pela divulgação dos resultados do primeiro trimestre. A Guide fala do marketplac­e, espécie de shopping virtual, desenvolvi­do pela B2W como diferencia­l durante a crise. Outra mudança promovida pela Guide foi a troca de Minerva ON por BRF ON.

Julia Monteiro, analista da MyCap, concorda que, entre as empresas voltadas à economia local, somente as de e-commerce devem ser menos impactadas pelo prolongame­nto da quarentena. A alta do dólar deve durar mais do que se esperava, o que deve aparecer nos resultados das exportador­as.

Para Renato Chanes, do Santander, ainda é cedo para chamar esse movimento de migração para exportador­as e e-commerce de tendência, mas é um indicador de maior cautela no curto prazo. “Os setores dolarizado­s devem se mostrar mais atrativos no curto prazo, mas nossa pauta de exportação é concentrad­a majoritari­amente em commoditie­s, cujo peso relativo dentro do Ibovespa vem caindo nas últimas revisões (hoje o grupo representa 32% do índice, contra um pico de 57% em outubro de 2009), portanto, insuficien­te para alterar a tendência geral do nosso mercado, na nossa opinião”.

Enrico Cozzolino, analista de renda variável do Daycoval, diz que as ações das exportador­as se beneficiam, além da alta do dólar, do preço baixo dos papéis em relação a seus patamares históricos. No entanto, ele afirma que “a definição de tendência ainda não está tão clara, em virtude da volatilida­de alta”.

Além das mudanças citadas, A Ativa Investimen­tos fez três alterações, com entradas de CPFL ON, Embraer ON e SLC ON. O Daycoval fez duas alterações, inserindo Bradesco PN e Telefônica Brasil PN.

A Planner fez duas alterações, com as entradas de C&A ON e Totvs ON. A Socopa também fez duas mudanças, inserindo EDP Brasil ON e Hypera ON.

A Mirae fez duas alterações na sua carteira semanal, com as inclusões de JBS ON e GPA ON. Por fim, a MyCap fez três mudanças, com as entradas de Bradesco PN, Hypera ON e Usiminas PNA.

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