O Estado de S. Paulo

Maioria dos gastos foi em viagens, afirma Planalto

-

Sem dar detalhes, o Palácio do Planalto afirmou que a maior parcela de gastos efetuados com os cartões corporativ­os do governo federal foi realizada em apoio às viagens presidenci­ais em território nacional e viagens internacio­nais. Neste ano, o presidente Jair Bolsonaro esteve na Índia em janeiro, participou da posse da presidente do Uruguai, no início de março e, no mesmo mês, viajou com uma comitiva de 31 pessoas aos Estados Unidos.

O governo alega ainda que houve um aumento nos gastos totais da Presidênci­a, em março deste ano, pois os cartões vinculados ao Gabinete da Segurança Institucio­nal (GSI) foram utilizados para o pagamento dos “serviços de apoio de solo e comissaria aérea na viagem para a China, realizada em fevereiro de 2020, para o resgate de 34 brasileiro­s isolados em Wuhan, em razão do surto epidemioló­gico inicial da covid-19”.

Coordenada pelo Ministério da Defesa, a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil ocorreu entre 5 e 9 de fevereiro, fase do envio e retorno dos aviões, e seguiu com mais 14 dias de confinamen­to dos resgatados na Base Aérea de Anápolis (GO). Documentos do Comando da Aeronáutic­a revelados pelo Estadão

mostraram que a operação custou R$ 4,6 milhões aos cofres públicos – valor que não incluía os gastos citados pelo GSI.

Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto disse que a Lei de Acesso à Informação (LAI), de 2011, permite manter sob sigilo informaçõe­s que possam colocar em risco a segurança do presidente da República e de seus familiares. Para isso, se baseia em um parecer da Advocacia-Geral da União para manter em segredo boa parte dos gastos com cartão corporativ­o.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil