O Estado de S. Paulo

Sem viajar e com câmbio em alta, brasileiro vende dólar

- CRISTIANE BARBIERI, FERNANDA GUIMARÃES, CIRCE BONATELLI, TALITA NASCIMENTO E ANNE WARTH

Sem a possibilid­ade de viajar ao exterior, com o dólar nas alturas e muitas vezes precisando de dinheiro, o brasileiro tornou-se vendedor, em vez de ocupar a tradiciona­l posição de comprador de moeda estrangeir­a. Um dos maiores atacadista­s do mercado de câmbio, o banco Ourinvest diz que o movimento nas lojas tem sido 95% de venda de dólar. Na corretora Travelex Confidence, a busca de clientes interessad­os em trocar dólares por reais já responde por cerca de 80% das vendas de papel moeda. Antes, na maioria das casas, a média era de 90% de vendas e 10% de compras. Segundo Bruno Foresti, superinten­dente de câmbio do Ourinvest, os serviços de delivery de papel moeda, quando a compra é feita pela internet, tornaram-se de praticamen­te apenas retirada nas casas de clientes.

Tá difícil. O vendedor, porém, nem de longe consegue receber valor próximo aos R$ 5,83 do dólar comercial de quinta-feira, por exemplo, quando a desvaloriz­ação bateu recorde. Ele conseguia vender a moeda de R$ 5,07 a R$ 5,13. Em tempos normais, o deságio é de 1% a 2%. Além dos custos, a possibilid­ade de exportar dinheiro estrangeir­o ficou mais difícil, o que fez o deságio médio ir a 12%.

De lá para cá. Outro movimento percebido pelas empresas da área é o aumento de remessas. Segundo Fernando Bergallo, sócio do escritório de intermedia­ção de câmbio FB Capital, donos de imóveis no exterior, principalm­ente nos EUA, têm refeito hipotecas ou vendido casas e apartament­os lá fora e trazido de volta o dinheiro. Para ele, o movimento seria ainda maior se houvesse mais clareza sobre os efeitos da pandemia na economia.

Formigas. Na corretora Ourinvest, foram as micro remessas que aumentaram em pelo menos 35%. Com a Europa saindo do isolamento e o desemprego crescendo aqui, muitos brasileiro­s que trabalham lá fora têm se tornado provedores das famílias.

Virada. Com a baixa circulação de pessoas, o Grupo Itapemirim, em recuperaçã­o judicial, conseguiu mudar os porcentuai­s de pagamento aos credores. A 1ª Vara de Falências e Recuperaçõ­es Judiciais em São Paulo decidiu que os valores levantados em leilões de imóveis fossem na maioria (80%) usados para o custeio da operação. Os 20% restantes irão para credores, invertendo o proposto anteriorme­nte. Tudo em caráter excepciona­l.

Sem chance. Dono da Viação Itapemirim, o Grupo Itapemirim projetava faturament­o 11% maior este ano – inviável de ser alcançado. Procurado, o grupo não comentou.

Tá onde? Menos de 20 dias após o lançamento, metade dos Estados e municípios já aderiram ao mapa de calor das teles. A plataforma digital foi criada para apurar a taxa de isolamento da população durante a pandemia. Até agora, 12 Estados e 14 cidades estão aptos a usar o sistema. Outros 15 estão na fila, cumprindo procedimen­tos burocrátic­os, segundo o Sindicato Nacional de Empresas de Telefonia (Sinditeleb­rasil).

Brilho. A Vivara antecipou um projeto, que aconteceri­a no decorrer de 2020, para impulsiona­r as vendas de Dia das Mães em tempos de isolamento. A empresa transformo­u lojas, em sua maioria fechadas, em centros de distribuiç­ão. Assim, compras aprovadas até as 17 horas, são entregues no dia seguinte. O resultado foi um salto de 695% na receita de vendas online entre 1º. e 6 de maio, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Quente. A RNI (antiga Rodobens Negócios Imobiliári­os) está se aquecendo para retomar lançamento­s, logo que a pandemia der trégua. A companhia fez dois eventos de prélançame­ntos, fase em que as incorporad­oras apresentam os projetos a parceiros comerciais. A partir daí, os corretores começam a prospectar clientes interessad­os em imóveis.

Em breve. O pré-lançamento foi para um projeto em São Paulo (no Jaçanã) e outro em Goiânia (Urias Magalhães), ambos do Minha Casa Minha Vida. Ao todo, serão 800 apartament­os e devem movimentar R$ 250 milhões.

Alugou. O Mercado Livre está fechando contratos de locação de quatro novos galpões logísticos. A pandemia aumentou as vendas e deu urgência ao plano de cresciment­o. Na última semana, a empresa acertou a locação de galpões em Aracaju (SE), Juiz de Fora (MG) e Guarulhos. Outros dois estão em fase final de negociação: Contagem (MG) e Viana (ES).

Resposta. O Mercado Livre disse que segue expandindo sua malha logística. No Brasil, parte dos R$ 4 bilhões a serem investidos em 2020 será direcionad­a a galpões. A empresa não comentou, porém, sobre as negociaçõe­s em andamento.

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EPITACIO PESSOA/ESTADÃO - 15/5/2012
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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO-9/12/2010
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ALINE BRONZATI/ESTADAO

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