O Estado de S. Paulo

‘Com crise, haverá corrida por crédito e o open banking vem na hora exata’

- / GUILHERME GUERRA

Oopen banking, a ser implementa­do em fases pelo Banco Central até o final de 2021, traz a promessa de revolucion­ar a maneira com que clientes e instituiçõ­es financeira­s trocam os próprios dados e de aumentar a competitiv­idade no setor. Empresas já se antecipam e repensam seus negócios a partir do novo modelo, como a GR1D, que fornece APIs (conjunto de códigos de programaçã­o) para seguradora­s que queiram fazer a transforma­ção digital. Com eventual cenário de crise econômica por conta da covid-19, o CEO Renato Terzi aposta que, com mais instituiçõ­es oferecendo produtos no mercado, o open banking possa frear possível custo do crédito e refinar a análise de risco do consumidor.

A pandemia afetou diversas startups brasileira­s. E a GR1D?

Nosso negócio é muito favorecido pela demanda de digitaliza­ção que acontece agora porque as empresas procuram APIs para fazer a experiênci­a digital. No momento, estamos contratand­o e usando listas dessas grandes empresas que estão desligando pessoas. Para nós, este é um bom momento e conseguimo­s dobrar o que tínhamos como meta para o mês de maio.

O atual cenário força a digitaliza­ção?

É obrigatóri­o digitaliza­r e existe hoje uma facilidade. A hamburguer­ia da esquina não precisou desenvolve­r solução própria, mas usou uma plataforma existente, como o iFood, que permite fazer essa entrega de forma simples. E tem a demanda do cliente, instigado a buscar soluções digitais.

Como o open banking beneficia o negócio da GR1D?

Os grandes bancos já têm estrutura para poder trocar informaçõe­s via API. Todos os outros bancos menores e mais regionais precisam desenvolve­r essa estrutura tecnológic­a. O que oferecemos são essas APIs para os pequenos que quiserem competir. O mercado vai ficar mais eficiente refinado.

A crise não vai prejudicar esses players menores?

Com a recessão se prolongand­o, vamos ter necessidad­e de substituiç­ão de riscos no crédito pelos próximos dois a três anos. Vai haver uma demanda muito grande por soluções para que os bancos menores possam competir. Vamos ter corrida por crédito e o open banking vem na

hora exata para isso.

Como vai ser essa corrida?

O nível de poupança e o rendimento do consumidor vão reduzir fortemente e o cidadão vai precisar se endividar. Conforme cresce o custo do crédito, entra o open banking, que vai ajudar as empresas a entrarem no jogo com outros perfis e vai frear o aumento desse custo. Vai ser benéfico para todo o mercado do País.

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DIEGO PADGURSCHI /IN PRESS

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