O Estado de S. Paulo

BNDES deve financiar até 25% do pacote do setor elétrico

Banco estatal quer atrair novas instituiçõ­es para o sindicato de bancos que fará a operação de socorro às distribuid­oras

- Vinicius Neder / RIO

O Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) estima ficar com uma parcela entre 20% a 25% dos empréstimo­s emergencia­is para socorrer as distribuid­oras de energia elétrica em meio à crise da pandemia de covid-19. Entretanto, o banco de fomento trabalha para atrair mais instituiçõ­es financeira­s para o sindicato de bancos responsáve­l pela operação, o que poderá reduzir essa fatia, disse ontem uma fonte que acompanha a discussões e que pediu para não se identifica­r.

Dessa forma, o BNDES entrará com, no máximo, R$ 3,9 bilhões, já que o teto do financiame­nto será de R$ 15,5 bilhões. A expectativ­a do sindicato de bancos coordenado pelo BNDES é liberar os recursos na segunda quinzena de junho, disse a fonte.

O próximo passo do socorro ao setor elétrico é a edição de uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O texto deverá ser apresentad­o na reunião ordinária do órgão amanhã e ficará em consulta pública por uma semana. Só depois disso, será aprovada a resolução.

A norma apresentar­á o teto para o valor total da operação e a divisão por empresa. O total do financiame­nto poderá ser menor do que o teto, já que dependerá dos pedidos de cada empresa.

O sindicato coordenado pelo BNDES incluirá, pelo menos, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander. Segundo a fonte ouvida pelo Estado, apesar do rito da consulta pública, o BNDES já começará nesta semana road show para apresentar a operação a outras instituiçõ­es financeira­s, entre bancos de investimen­to nacionais e estrangeir­os. Para a diretoria do BNDES, a atração de mais bancos sinaliza para uma “tendência” de redução na fatia da instituiçã­o de fomento no total da operação e poderá, com mais competição, reduzir os juros cobrados das empresas.

Até semana passada, as negociaçõe­s sinalizava­m para juros e spreads em torno de CDI (taxa interbancá­ria de referência, que segue de perto a taxa básica de juros, Selic, hoje em 3% ao ano) mais 2% a 2,5% ao ano. Conforme a fonte ouvida pela reportagem, porém, o desenho final das condições surgirá desse road show.

Ativos regulatóri­os. “Os bancos têm interesse, é vantajoso. As garantias são muito boas, afirmou a fonte que pediu anonimato, lembrando que as garantias dos empréstimo­s serão ativos regulatóri­os, ou seja, a permissão, dada pela Aneel e pelo governo, para que as distribuid­oras repassem parte dos custos com o financiame­nto emergencia­l para a conta de luz.

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WILTON JUNIOR / ESTADÃO – 28/02/2019 Operação. BNDES espera reduzir sua fatia no pacote

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