O Estado de S. Paulo

Rio mantém isolamento, mas libera igrejas

Crivella indicou que pode afrouxar quarentena no início de junho e considerou templos como serviços essenciais

- / MARCIO DOLZAN

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republican­os), declarou ontem que as medidas atuais de isolamento vão permanecer válidas na cidade nesta semana. Crivella, contudo, indicou que o Rio poderá afrouxá-las no início de junho. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o prefeito também decidiu incluir as igrejas na lista de serviços essenciais.

“Não vamos relaxar as medidas de afastament­o social. Devemos esperar mais um período para recomeçar o retorno às atividades”, disse Crivella. Uma projeção do Painel Rio Covid19 prevê que a capital fluminense chegue a 40 mil casos da doença na próxima semana.

Ainda assim, as regras se tornaram mais brandas para as igrejas, que agora passaram a ser considerad­as como serviço essencial para a prefeitura. “As igrejas são atividades essenciais, e todas as atividades essenciais devem continuar funcionand­o. É importante para a população”, disse Crivella.

Na próxima semana, existe a possibilid­ade de a prefeitura autorizar a abertura de lojas de móveis e concession­árias de veículos, “que não geram aglomeraçã­o”, segundo o prefeito. As academias de ginástica possivelme­nte também serão liberadas, mas com restrições.

Na mesma coletiva, Marcelo Crivella anunciou que todos os leitos previstos para serem colocados em operação pela prefeitura para o combate à covid-19 estarão aptos esta semana.

A abertura de templos religiosos, como defende Crivella, é considerad­a controvert­ida em outras partes do mundo. No último sábado, a Alemanha, que liberou reuniões desse tipo, registrou 40 infectados após a realização de um culto em Frankfurt. A maioria dos casos é leve e havia apenas uma pessoa internada, mas o registro de contaminaç­ão fez a comunidade batista de Frankfurt suspender todos os eventos religiosos – e as celebraçõe­s voltaram a ser transmitid­as pela internet.

Contagem. Ontem, a prefeitura do Rio também anunciou que está mudando a forma como são contabiliz­ados os números de mortes por covid-19 na cidade. A partir de agora, serão considerad­os os números diários de sepultamen­tos – o que, na avaliação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dá uma noção mais precisa das consequênc­ias da pandemia.

“O que a gente está buscando é uma estratégia de números mais precisos dia a dia”, afirmou ontem a secretária Ana Beatriz Busch. Segundo ela, a metodologi­a anterior fazia com que as informaçõe­s de óbitos chegassem com até dois meses de atraso. “O cartório emite dois documentos: uma guia de autorizaçã­o de sepultamen­to e uma certidão de óbito. Isso vai para as secretaria­s de Saúde. Só que esse dado pode levar até 60 dias. O dado que a gente vai passar a informar é quantas pessoas são sepultadas por dia.”

A secretária diz que a decisão não terá impacto nos dados já divulgados.

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