O Estado de S. Paulo

Teste para apoio ‘100% Guedes’

- Adriana Fernandes

Na véspera do prazo final para o presidente Jair Bolsonaro sancionar a lei que dá socorro emergencia­l de R$ 60 bilhões para os Estados e municípios enfrentare­m os efeitos da covid-19, o cenário é ainda de indefiniçã­o. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ganhou a promessa do presidente que vai vetar o artigo que deixa várias categorias de fora do congelamen­to de salários até 2021, mas não dá para dizer que ganhou a parada.

A longa espera pela sanção já é, por si só, um revés para a equipe econômica, que foi perdendo o discurso da necessidad­e de congelamen­to dos salários desde a aprovação do projeto no dia 6 de maio.

A demora não só abriu espaço para a pressão do funcionali­smo como deu tempo para o presidente fazer agrados a sua base eleitoral, principalm­ente os policiais militares e bombeiros Distrito Federal, policiais federais e rodoviário­s federais. Tudo com a bênção do Congresso. Nos Estados, também sobrou tempo para as assembleia­s e governador­es garantirem vantagens aos servidores.

Além do artigo que Bolsonaro prometeu barrar, outros vetos vão definir a força do ministro Guedes junto ao presidente. A pressão é grande para que o presidente também vete a proibição para que os próximos 18 meses sejam contados para bônus salariais. Outro impasse é a parte do projeto que impede o governo de executar as garantias e contragara­ntias, em 2020, das dívidas decorrente­s dos contratos dos Estados e municípios que forem renegociad­as durante a pandemia, inclusive empréstimo­s externos. A depender do resultado, o discurso de austeridad­e de Guedes e sua equipe pode ficar derrotado.

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