O Estado de S. Paulo

Testes são entrave na negociação para reabertura em SP

Setores do comércio alegam não ter como arcar com o exames de covid nos funcionári­os, como exige a Prefeitura

- Bruno Ribeiro

A cidade de São Paulo negocia protocolos de reabertura comercial com 50 setores da economia, mas já enfrenta entraves de ordem financeira para conseguir dar fôlego a empresário­s e trabalhado­res sem colocar em risco a capacidade do sistema de saúde de atender pacientes com a covid-19.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) é uma das participan­tes da negociação. A entidade divulgou comunicado ontem, detalhando parte das sugestões à cidade, mas destacou o posicionam­ento contrário a uma das principais medidas solicitada­s pela gestão Bruno Covas (PSDB): que o setor privado faça testes de covid em seus funcionári­os.

“A federação enviou ofício (à

Prefeitura) questionan­do o ônus da realização de testes laboratori­ais para covid-19 ao setor privado, tal como proposto no decreto publicado pela Prefeitura

de São Paulo, uma vez que o empresaria­do já passa pela crise e tem tido dificuldad­e de manter os negócios”, diz o texto.

Entre as medidas que a Fecomércio entende ser possível acatar estão “uso de equipament­os de proteção por funcionári­os e clientes; oferta de álcool em gel e cartilha com as diretrizes sanitárias; distanciam­ento social de 1,5 metro; orientação para que não haja contato físico; horário de atendiment­o diferencia­do para grupo de risco; restrição de viagens de negócios; proibição de eventos em larga escala; separação de lixo com potencial de contaminaç­ão; restrições aos serviços de valet nos estacionam­entos, dentre outras”, ainda segundo o documento.

A Prefeitura foi questionad­a pelo Estadão sobre o ofício, mas não respondeu. Deve divulgar amanhã balanço dos três primeiros dias de negociaçõe­s com a iniciativa privada para definir a retomada, e há possibilid­ade de anunciar as datas da reabertura. Técnicos das áreas de Saúde e da Secretaria Municipal

de Desenvolvi­mento Econômico e Trabalho deveriam enviar entre ontem e hoje respostas às propostas já apresentad­as, para a finalizaçã­o dos protocolos ainda nesta quarta.

A capital está na etapa laranja (fase 2) do plano de reabertura do governo do Estado. O setor de bares e restaurant­es, que não pode reabrir na atual fase (mantém apenas delivery), tem dois pleitos em negociação: que bares possam colocar mesas nas calçadas da frente dos estabeleci­mentos para garantir distância entre os clientes e os comerciant­es sejam isentos da taxa do Termo de Permissão de Uso (TPU), paga anualmente por quem usa as calçadas.

Socorro

“Quem pagou o TPU neste ano e não pode trabalhar precisa de algum tipo de indenizaçã­o, como desconto no ano que vem.”

Rodrigo Goulart

VEREADOR E REPRESENTA­NTE DA ASSOC.

BRAS. DE BARES E RESTAURANT­ES

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