O Estado de S. Paulo

Para IIF, alta do déficit é ‘desafio’ para emergentes

- / I.T. GABRIEL BUENO DA COSTA, FRANCINE DE LORENZO, EDUARDO LAGUNA e ANDRÉ ÍTALO ROCHA

Em relatório divulgado ontem, o Instituto de Finanças Internacio­nais (IIF, na sigla em inglês) afirmou que o aumento dos déficits fiscais de economias emergentes vai representa­r um “desafio de financiame­nto” para esses países. O IIF cita o Brasil, além da África do Sul e da Turquia. No caso brasileiro e da África do Sul, a entidade diz que os bancos centrais podem ter de “auxiliar” na política fiscal. Em relação a Turquia, a avaliação é que os bancos privados devem financiar o déficit, com participaç­ão “limitada” do BC local.

O IIF acrescenta que os déficits fiscais devem aumentar “bruscament­e”, na medida em que a pandemia vai conter a receita tributária e criar necessidad­es temporária­s de gastos extras. No Brasil, a previsão da entidade é de déficit de 13% do Produto Interno Bruto (PIB). ‘Cortisona’. Em live organizada pelo banco BTG Pactual, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan disse que vê um excesso de otimismo nas previsões de organismos internacio­nais, como o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), e também de parte do mercado de uma recuperaçã­o na forma de “V” após a pandemia do coronavíru­s.

Já o economista Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central (BC), disse que os mercados estão neste momento otimistas com o que chamou de “cortisona monetária”, em referência à injeção de liquidez feita em coordenaçã­o pelos maiores bancos centrais do mundo.

“O mundo está um pouco animado demais, dopado por essa cortisona”, afirmou ele./

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