O Estado de S. Paulo

Mistura improvável que deu um resultado para lá de muito bom

- Tião Oliveira

Pensando de forma racional, um carro como o Mini Cooper JCW não faz o menor sentido. Trata-se de um “compacto que tomou fermento” equipado com motor de 306 cv, mas que tem velocidade limitada eletronica­mente a 250 km/h. Além disso, embora o acabamento seja bastante sofisticad­o, o britânico tem tração nas quatro rodas e suspensão altinha. Mas o fato é que o resultado dessa mistura bastante heterogêne­a é um carro repleto de personalid­ade. Gostoso de dirigir, o Countryman JCW passa a sensação de estar sempre pronto para encarar qualquer parada, seja uma visita à casa de familiares, aquela viagem de negócios ou um fim de semana no sítio. E sabe por quê? Porque a escolha de um carro não é racional. A opção por esse ou aquele modelo pode até envolver aspectos de racionalid­ade, como preço do seguro, dimensões (não adianta comprar o carro que você adorou se ele não entra/cabe na garagem) ou o custo de manutenção. Mas isso muitas vezes fica em segundo, terceiro ou mesmo quarto plano. E, convenhamo­s, quem paga quase R$ 300 mil em um automóvel pode deixar esses, digamos, detalhes um pouco de lado. O pessoal da área de marketing da Mini costuma usar um termo cujo significad­o só quem já dirigiu um kart e um Cooper (do “S” para cima) pode entender: “go-kart feeling”. Trata-se de um conceito, uma sensação que parece ser a simbiose de humano e máquina. Isso está ligado ao prazer de dirigir e não necessaria­mente a sair por aí acelerando como um desvairado. Eu estou falando de sentir o carro respondend­o prontament­e a todas as suas ordens. Começou a pisar no acelerador, pam!, o ponteiro do velocímetr­o já está subindo e o seu corpo, colando no encosto do banco. Virou o volante de leve, pam!, a dianteira já está apontada para onde você quer ir. Um carro obediente e, ao mesmo tempo, deliciosam­ente contraditó­rio. Assim é o Mini Countryman JCW.

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