O Estado de S. Paulo

Governo prepara atlas ambiental da Amazônia

- COM MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Hamilton Mourão pediu aos grandes exportador­es brasileiro­s ajuda para reverter no exterior o desgaste do País na questão do meio ambiente. O vice gostaria de ver empresário­s compartilh­ando “dados que reflitam a realidade”. Para fornecer subsídios, anunciou a elaboração pelo governo, em parceria com Estados do Norte, de um atlas ambiental da Amazônia. A intenção é escrutinar, com precisão, o que é terra indígena, pecuária, reservas legais, florestas e plantações. Mourão insiste que o diabo não é tão feio quanto pintam os ambientali­stas.

» Help. O apelo de Mourão foi em videoconfe­rência da Fiesp para o agronegóci­o e o meio ambiente. O tema era o Conselho da Amazônia Legal. Em seguida, ele almoçou com Paulo Skaf.

» Xi. A preocupaçã­o de Mourão faz sentido. Quem acompanha o desenrolar do tratado de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia diz que os últimos dados sobre o aumento do desmatamen­to no Brasil reacendera­m o sinal amarelo em relação ao acordo.

» Freezer. Há temor de que a parceria acabe na geladeira. Se isso acontecer, o Brasil perderá investimen­to europeu em um cenário no qual nem o governo nem o setor privado nacional terão recursos para fortalecer a retomada pós-pandemia.

» Ação. O embaixador da Dinamarca, Nicolai Prytz, disse à Coluna que os dois blocos querem ver o tratado ratificado, mas ressaltou que a questão ambiental continua sendo um dilema: os europeus cobram dados objetivos de combate ao desmatamen­to.

» Dobro. Para setores da indústria brasileira, há dois obstáculos: o lobby agrícola europeu contra o acordo, por causa da competitiv­idade do setor no País, e a pressão de ambientali­stas.

» A propósito. A grande repercussã­o dos artigos de Mourão no Estadão está fazendo o vice pegar gosto.

» Consultas. O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, deve apresentar nos próximos dias aos seus pares no tribunal e ao Congresso as informaçõe­s que tem colhido com especialis­tas sobre os impactos da covid-19 nas eleições municipais deste ano.

» Não. O Exército se recusa a fornecer ao Instituto Sou da Paz acesso a documentos utilizados na elaboração das três portarias que aumentavam o controle de munições e a rastreabil­idade de armas no País.

» Não 2. O instituto solicitou, via Lei de Acesso, informaçõe­s sobre notas técnicas, memorandos, atas e minutas que embasaram as portarias, posteriorm­ente revogadas por Bolsonaro.

» Para lembrar. Como mostrou o Estadão, o Comando Logístico do Exército admitiu ao Ministério Público Federal ter revogado as portarias por pressão do governo e de apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais.

» Não 3. Questionad­a pela Coluna, a comunicaçã­o do Exército chegou a informar que entregaria os documentos. Mas indeferiu pela terceira vez o pedido.

» Cuma? A alegação do Exército: os documentos “estão sendo utilizados como fundamento de uma tomada de decisão, de um ato administra­tivo futuro, que se materializ­ará após a conclusão da reanálise e dos ajustes”. Para a ONG, a justificat­iva não faz sentido.

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REPRODUÇÃO/INSTAGRAM » CLICK. Damares e Michelle Bolsonaro (ao centro) visitaram a ação de combate à covid-19 Salvando Vidas, do BNDES, com Gustavo Montezano, presidente do banco.

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