Trump usa 11 agências federais para repressão
Em meio à sua promessa de “dominar” os manifestantes que protestam contra a violência policial, o presidente Donald Trump mobilizou 11 agências federais. Agentes de fronteira, da Administração de Repressão às Drogas, do FBI e até de equipes de resgate de reféns estão trabalhando ao lado das polícias local e militar e da Guarda Nacional para conter os protestos.
O trabalho conjunto é visto em cidades como San Diego, Buffalo e Las Vegas, mas em nenhum lugar a demonstração de força tem sido tão forte quanto em Washington, onde Trump tenta demonstrar seu poder enchendo o centro da cidade com funcionários de várias agências, como do FBI, do Escritório de Álcool, Cigarros e Armas, Segurança Interna, proteção de fronteiras e do Departamento de Defesa, que transformaram a capital em uma fortaleza armada.
“O Departamento de Segurança Interna e seus parceiros não permitirão que anarquistas, vândalos e oportunistas explorem a agitação civil para saquear e destruir nossas comunidades ”, disse Chad Wolf, secretário interino do departamento. “Embora o DSI respeite o direito de todos os americanos de protestar pacificamente, a violência e a agitação civil não serão toleradas. Controlaremos a situação e protegeremos o povo americano e a pátria a qualquer custo.”
Ao todo, 11 agências federais se uniram aos esforços de Trump para conter os protestos provocados pela morte de George Floyd em Minneapolis e ostensivamente pôr fim a tumultos e saques – e determinar se anarquistas e outros grupos extremistas haviam se infiltrado nos protestos.
Mas as autoridades locais dizem que a resposta federal foi além do aceitável, quase exagerada. A prefeita do distrito de Columbia chamou de “vergonhoso”.
“Não me lembro da última vez em que esse número de agências federais foi reunido para tentar lidar com um grande número de manifestantes”, disse Chuck Wexler, diretor executivo do Fórum de Pesquisa Executivo da Polícia. Ele disse que a entrada de várias forças federais na cidade pode ser uma receita para o “caos”.