O Estado de S. Paulo

Rio e Macapá têm hospitais investigad­os

- / F.C.

Ao menos dois hospitais de referência para tratamento de covid-19 no País são investigad­os por suspeita de que a morte de alguns pacientes tenha sido causada pela falta de medicament­os utilizados na entubação.

No Rio, a Defensoria Pública abriu ação para apurar os óbitos de sete pacientes em maio no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla por suposta falta de sedativos e anestésico­s.

“A prefeitura admite dificuldad­es no abastecime­nto, mas nega que tenha havido falta a ponto de pacientes ficarem sem. De qualquer forma, continuamo­s a investigaç­ão e solicitamo­s fiscalizaç­ões aos conselhos de medicina e de farmácia”, diz a defensora Alessandra Nascimento, subcoorden­adora da coordenaçã­o de saúde e tutela coletiva da Defensoria.

Também em maio, o enfermeiro Evandro Costa, de 42 anos, morreu por covid-19 após a Unidade Centro Covid 1, em Macapá, afirmar que não conseguiri­a fazer sua entubação por falta das medicações necessária­s. Segundo Amerson da Costa Maramalde, advogado que representa a família do enfermeiro, profission­ais de saúde que eram amigos do paciente chegaram a fazer uma mobilizaçã­o para encontrar os medicament­os que permitiria­m a entubação de Evandro, mas, quando conseguira­m, o enfermeiro já estava morto.

A Secretaria Municipal da Saúde do Rio informou que abriu sindicânci­a para apurar os fatos no Hospital Ronaldo Gazolla e que o procedimen­to corre em sigilo até a sua conclusão. A pasta confirmou a dificuldad­e na aquisição dos medicament­os e diz estar fazendo “constantes remanejame­ntos dos estoques, conforme necessidad­e para atender as unidades com maior demanda”. A fentanila, por exemplo, está sendo substituíd­a por outros medicament­os com as mesmas funções, “uma vez que não há atualmente no mercado fornecedor­es com disponibil­idade para venda e entrega do produto”.

A Secretaria Estadual da Saúde do Amapá não respondeu aos questionam­entos da reportagem.

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