Auxílio em maquininha atrai Safrapay e estrangeiros
Oprojeto para viabilizar o acesso ao auxílio emergencial de R$ 600 por meio de maquininhas de cartão atraiu concorrentes menores, locais e até estrangeiros. O interesse tem acontecido mesmo com o limite de receita das empresas ter ficado em até 1,20%, por transação, nessas operações. A SafraPay, do banco Safra, é uma das que devem passar a permitir que suas maquininhas aceitem o auxílio emergencial em pagamentos. A lista conta ainda com nomes como o da norte-americana FirstData, que tem parceria com o Bancoob e o Sicredi no Brasil, Stone e PagSeguro. E não para por aí. Além delas, a também norte-americana Global Payments e a pernambucana Acqio avaliam a possibilidade de aderir ao projeto. Sob o comando da bandeira Elo, a iniciativa entrou em vigor sexta-feira, com apenas os grandes nomes do setor na operação.
» Imã. Cielo, de Bradesco e Banco do Brasil, e Getnet, do Santander, foram os primeiros. Na próxima segunda-feira, as maquininhas da Rede, do Itaú Unibanco, também já estarão aptas a aceitar pagamentos com auxílio emergencial. Outra que também deve começar na semana que vem é a SafraPay.
» Bilhões. Por trás do interesse, está o potencial a ser movimentado nas maquininhas com o auxílio emergencial. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo pode autorizar ao menos mais duas parcelas do benefício.
» Empurrão. A Cielo bateu a marca de 300 mil transações de uso do auxílio emergencial para pagamento de compras em estabelecimentos físicos. O recorde foi atingido no dia seguinte ao lançamento, no sábado. Foram 77 mil transações.
» Marcha à ré. Em 2019, o Brasil produziu 908 milhões de pares de sapatos, com crescimento discreto em relação a 2018, de 0,4%. Em 2020, porém, a expectativa é de queda de 21% a 29%, o que levará o setor ao patamar de 16 anos atrás, segundo a Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo o presidente executivo da instituição, Haroldo Ferreira, a força de trabalho já encolheu em 35 mil postos, em torno de 13% do total e deve ter ainda mais perdas. » Estava ruim? No relatório anual, a Abicalçados diz que 2019 teve crescimento baixo em razão de “atrasos de reformas estruturais importantes ao resgate da confiança do empresariado e do consumidor”. Se o último ano frustrou expectativas, 2020 promete ser mais difícil.
» Pois piorou. Além de a indústria calçadista ter tido a produção restrita em alguns lugares, a área sofreu por ser muito dependente das lojas físicas, muitas ainda fechadas. A indústria voltou a produzir, agora, em cerca de 30% de sua capacidade.
» Nicho. A seguradora norte-americana Argo escolheu o Brasil para ingressar no ramo de automóveis. Sua chegada será voltada a um nicho: o ‘pay per use’, no qual o usuário paga pelo seguro só quando usa o bem.
» Em casa. O modelo ainda engatinha no País, mas ganhou popularidade em meio às medidas de isolamento. A Argo decidiu começar do zero. Com o empurrão da crise, algumas grandes do setor têm cogitado aquisições de entrantes, as insurtechs, que já exploram este mercado. Uma das “noivas” – mas que não estaria à venda – é a Thinkseg, do ex-BTG André Gregori. A novata tem parceria com a italiana Generali.
» Palpite. A proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para regulamentar o empréstimo bilionário para o setor elétrico recebeu sugestões de 82 instituições, entre empresas, consultorias, associações, órgãos de defesa e conselhos de consumidores. Algumas delas fizeram mais de uma proposta, de forma que o órgão regulador terá de analisar 404 contribuições.
» Bom, pero... O número chama atenção, considerando que foram apenas seis dias de consulta pública, sendo que as contribuições foram enviadas só por formulário eletrônico, em meio à pandemia.
» Corrida. A relatora do caso, diretora Elisa Bastos Silva, pretende avaliar as sugestões e trazer uma proposta final para deliberação da Aneel o mais rapidamente possível. Uma coisa é certa: não será na próxima reunião da diretoria, marcada para a próxima terça-feira. Não está descartada, porém, a convocação de reunião extraordinária para a próxima semana.
ALINE BRONZATI, TALITA NASCIMENTO E ANNE WARTH