O Estado de S. Paulo

Estímulos devem ser mantidos, diz FMI

Diretora-gerente do Fundo explica que 127 países terão contração na economia este ano, com provável recuperaçã­o parcial em 2021

- WASHINGTON ANDRÉ MARINHO COM AGÊNCIAS INTERNACIO­NAIS

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), Kristalina Georgieva, sugeriu que governos continuem implementa­ndo medidas de estímulos fiscais, com objetivo de garantir cresciment­o econômico sólido após a recessão provocada pelo novo coronavíru­s. “Esta é uma crise como nenhuma outra, a maior desde a Grande Depressão”, definiu ontem durante evento virtual organizado pelo jornal The

Washington Post.

Georgieva explicou que 127 países terão contração na atividade econômica este ano, com provável recuperaçã­o parcial em 2021. Segundo ela, nesse contexto, a comunidade internacio­nal deve trabalhar para expandir as transforma­ções digitais e, com isso, reduzir desigualda­des. “Vamos ter um mundo com mais dívida, déficit e desemprego”, projetou.

Sobre emergentes, a diretora afirmou que os bancos centrais dessas economias dispõem de reservas internacio­nais consideráv­eis, como resultado das ações tomadas após a crise financeira de 2008.

Segundo Georgieva, os países que foram prudentes durante o período de prosperida­de tiveram menos dificuldad­es durante a pandemia, porque contaram com acesso a mercados de crédito. “Por conta das ações decisivas em economias avançadas, há liquidez no mundo”, disse.

Georgieva ressaltou que, em teleconfer­ência realizada na terça-feira pela manhã, ministros das Finanças do G-7 discutiram a situação de países pobres e reafirmara­m o compromiss­o com o programa do G-20 para suspensão do pagamento de passivos, para os quais 73 países estão elegíveis. Logo após a reunião, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, emitiu nota dizendo que o grupo vai trabalhar em cooperação com o FMI e com o Banco Mundial. Ele disse que que espera “progressos significat­ivos” já na reunião de julho.

Georgieva lembrou que o Fundo desembolso­u cerca de US$ 260 bilhões de sua capacidade de US$ 1 trilhão em empréstimo­s este momento, com financiame­nto emergencia­l até agora concedido a 63 dos 189 países que pediram ajuda desde o início de março.

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REMO CASILLI / REUTERS Cenário. Georgieva: ‘Vamos ter um mundo com mais dívida’

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