A partir de hoje, escritórios e concessionárias de veículos poderão voltar a funcionar na cidade de São Paulo, com horário limitado.
Medida vale a partir de amanhã e empresas poderão abrir no máximo 4 horas por dia, com entrada e saída que não coincidam com o pico de trânsito, além de obedecer uso de máscaras e medidas de higienização. Funcionários com sintomas de covid terão de ser te
A partir de hoje concessionárias de veículos e escritórios de prestação de serviços poderão voltar a funcionar na cidade de São Paulo. O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou ontem a assinatura de protocolos para a reabertura controlada dos dois setores. As empresas já poderão reabrir desde que cumpram exigências para evitar a disseminação do novo coronavírus.
A liberação de concessionárias e escritórios faz parte do plano de reabertura econômica conduzido pelo governo estadual. Por esse planejamento, a capital paulista foi enquadrada na fase 2 (laranja) de flexibilização, em que é permitida a abertura de alguns setores da economia, como concessionárias, shoppings e imobiliárias, desde que sejam seguidos protocolos para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Entre as exigências para as concessionárias e os escritórios estão a abertura por, no máximo, quatro horas por dia, horários de entrada e saída que não coincidam com os horários de pico de trânsito e transporte público da cidade, medidas de higienização dos ambientes, uso de máscaras e álcool em gel, distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas e uso de páginas na internet e e-mail para informar as condições a trabalhadores e clientes. As empresas terão também de fazer testes em funcionários que apresentem os sintomas da covid-19.
“É importante lembrar que a proposta de protocolo feita pela Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) prevê a testagem em seus funcionários. Estamos falando aqui de uma nova realidade. Para poder funcionar, precisa respeitar os protocolos. São custos que as empresas vão ter para poder operar na cidade de São Paulo. É um momento de exceção, é uma pandemia. Não tem como a Prefeitura arcar com os custos de ações que precisam ser implementadas”, disse.
A exigência de testes para os trabalhadores que apresentarem sintomas provocou um impasse entre a Prefeitura e o setor do comércio que deve atrasar a reabertura das lojas. Segundo o vice-presidente da Fecomércio, Ivo Dall'acqua, o setor reconhece a importância dos testes, mas não pode obrigar os lojistas a arcar com este encargo. Por isso, no protocolo de reabertura enviado pela Fecomércio à Prefeitura, a realização dos testes aparece como recomendação e não como imposição. De acordo com ele, 98% das empresas do setor são pequenas, com até 20 funcionários, e estão sofrendo com os efeitos da quarentena.
Já a Prefeitura exige que o setor se comprometa a testar todos os funcionários com sintomas do coronavírus. Segundo fontes da administração municipal, por causa do impasse não há previsão para reabertura das lojas até o fim da semana que vem. Entre os setores com as negociações mais avançadas está o das imobiliárias. A Prefeitura também espera assinar nos próximos dias um protocolo com os supermercados, que funcionam normalmente desde o início da pandemia por se enquadrarem na categoria de atividades essenciais. A ideia é aumentar as medidas de controle e prevenção no setor.
Questionado sobre um plano para a manutenção do emprego das mulheres nessa retomada, Covas disse que “o plano não é único para cada setor”. “Quando o setor apresenta sua proposta, precisa apresentar o que vai fazer para evitar a demissão das mulheres.” Segundo ele, os dois setores com os quais a Prefeitura vai assinar a proposta previram que as mães serão as últimas a serem chamadas para o trabalho presencial.
Segundo o prefeito, foram entregues até agora 74 protocolos. Desses, 42 são de setores que se enquadram na fase 2 de reabertura, na qual a cidade está classificada, e 32 de setores que se enquadram nas fases 3, 4 e 5.
Novas etapas. Indagado sobre a previsão de que São Paulo seja promovida à fase 3 (amarela), em que é permitido abrir restaurantes, Covas disse esperar que isso aconteça neste mês, mas pontuou que a classificação depende do governo do Estado. Covas reforçou que a capital tem 64% de ocupação de leitos de UTI e registra 4.480 óbitos por coronavírus. “É importante destacar que a pandemia continua na cidade de São Paulo.”
A reabertura econômica no Estado de São Paulo é vista com ressalvas por especialistas. Mesmo diante de aumento no número de casos registrados nos últimos dias, o governo afirma que o Estado é heterogêneo e isso permite uma flexibilização.