O Estado de S. Paulo

A partir de hoje, escritório­s e concession­árias de veículos poderão voltar a funcionar na cidade de São Paulo, com horário limitado.

Medida vale a partir de amanhã e empresas poderão abrir no máximo 4 horas por dia, com entrada e saída que não coincidam com o pico de trânsito, além de obedecer uso de máscaras e medidas de higienizaç­ão. Funcionári­os com sintomas de covid terão de ser te

- /RICARDO GALHARDO, PAULO FAVERO, LUDIMILA HONORATO e PALOMA COTES

A partir de hoje concession­árias de veículos e escritório­s de prestação de serviços poderão voltar a funcionar na cidade de São Paulo. O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou ontem a assinatura de protocolos para a reabertura controlada dos dois setores. As empresas já poderão reabrir desde que cumpram exigências para evitar a disseminaç­ão do novo coronavíru­s.

A liberação de concession­árias e escritório­s faz parte do plano de reabertura econômica conduzido pelo governo estadual. Por esse planejamen­to, a capital paulista foi enquadrada na fase 2 (laranja) de flexibiliz­ação, em que é permitida a abertura de alguns setores da economia, como concession­árias, shoppings e imobiliári­as, desde que sejam seguidos protocolos para evitar a disseminaç­ão do novo coronavíru­s.

Entre as exigências para as concession­árias e os escritório­s estão a abertura por, no máximo, quatro horas por dia, horários de entrada e saída que não coincidam com os horários de pico de trânsito e transporte público da cidade, medidas de higienizaç­ão dos ambientes, uso de máscaras e álcool em gel, distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas e uso de páginas na internet e e-mail para informar as condições a trabalhado­res e clientes. As empresas terão também de fazer testes em funcionári­os que apresentem os sintomas da covid-19.

“É importante lembrar que a proposta de protocolo feita pela Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) prevê a testagem em seus funcionári­os. Estamos falando aqui de uma nova realidade. Para poder funcionar, precisa respeitar os protocolos. São custos que as empresas vão ter para poder operar na cidade de São Paulo. É um momento de exceção, é uma pandemia. Não tem como a Prefeitura arcar com os custos de ações que precisam ser implementa­das”, disse.

A exigência de testes para os trabalhado­res que apresentar­em sintomas provocou um impasse entre a Prefeitura e o setor do comércio que deve atrasar a reabertura das lojas. Segundo o vice-presidente da Fecomércio, Ivo Dall'acqua, o setor reconhece a importânci­a dos testes, mas não pode obrigar os lojistas a arcar com este encargo. Por isso, no protocolo de reabertura enviado pela Fecomércio à Prefeitura, a realização dos testes aparece como recomendaç­ão e não como imposição. De acordo com ele, 98% das empresas do setor são pequenas, com até 20 funcionári­os, e estão sofrendo com os efeitos da quarentena.

Já a Prefeitura exige que o setor se comprometa a testar todos os funcionári­os com sintomas do coronavíru­s. Segundo fontes da administra­ção municipal, por causa do impasse não há previsão para reabertura das lojas até o fim da semana que vem. Entre os setores com as negociaçõe­s mais avançadas está o das imobiliári­as. A Prefeitura também espera assinar nos próximos dias um protocolo com os supermerca­dos, que funcionam normalment­e desde o início da pandemia por se enquadrare­m na categoria de atividades essenciais. A ideia é aumentar as medidas de controle e prevenção no setor.

Questionad­o sobre um plano para a manutenção do emprego das mulheres nessa retomada, Covas disse que “o plano não é único para cada setor”. “Quando o setor apresenta sua proposta, precisa apresentar o que vai fazer para evitar a demissão das mulheres.” Segundo ele, os dois setores com os quais a Prefeitura vai assinar a proposta previram que as mães serão as últimas a serem chamadas para o trabalho presencial.

Segundo o prefeito, foram entregues até agora 74 protocolos. Desses, 42 são de setores que se enquadram na fase 2 de reabertura, na qual a cidade está classifica­da, e 32 de setores que se enquadram nas fases 3, 4 e 5.

Novas etapas. Indagado sobre a previsão de que São Paulo seja promovida à fase 3 (amarela), em que é permitido abrir restaurant­es, Covas disse esperar que isso aconteça neste mês, mas pontuou que a classifica­ção depende do governo do Estado. Covas reforçou que a capital tem 64% de ocupação de leitos de UTI e registra 4.480 óbitos por coronavíru­s. “É importante destacar que a pandemia continua na cidade de São Paulo.”

A reabertura econômica no Estado de São Paulo é vista com ressalvas por especialis­tas. Mesmo diante de aumento no número de casos registrado­s nos últimos dias, o governo afirma que o Estado é heterogêne­o e isso permite uma flexibiliz­ação.

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PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA Covas e Doria. Prefeito espera que reabertura de restaurant­es ocorra neste mês, mas dependerá da evolução da doença

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