O Estado de S. Paulo

Corte cita empresa escolhida pela pasta da Saúde

- / B.P. e P.C.

• Uma das contrataçõ­es listadas pela força-tarefa do Tribunal de Contas da União (TCU) foi da Infortech Informátic­a, feita pelo Ministério da Saúde no valor de R$ 8,6 milhões. O contrato havia sido firmado em 2018, na gestão de Michel Temer, mas quando foi renovado, já no governo de Jair Bolsonaro, levantou suspeitas de ter sido superfatur­ado. Isso porque, 12 meses após ter sido contratada, a empresa apresentou um orçamento com a metade do preço pelos mesmo serviços. Além disso, na execução do contrato, foram assinadas duas ordens de serviço que, juntas, equivaliam a 99% dos R$ 8,6 milhões.

Chamou a atenção dos técnicos do TCU o fato de que o contrato deveria ser para a prestação de serviços por um ano, mas consumiu o valor total em apenas dois meses. “Carece de explicação acerca do que efetivamen­te ocorreu”, diz o relatório.

Para os auditores do TCU, essa situação “pode indicar que não ocorreu a prestação dos serviços, ou que podem ter sido prestados em volume inferior ao volume atestado e pago, o que caracteriz­a superfatur­amento de quantitati­vo”.

No relatório, eles apontam a necessidad­e de a própria pasta iniciar uma apuração sobre o caso.

O representa­nte da AdvocaciaG­eral da União no Ministério da Saúde, por sua vez, recomendou que não houvesse renovação. Segundo seu parecer, não havia nos autos estudo que justificas­se essa variação, o que “poderia representa­r a existência de superfatur­amento dos valores inicialmen­te contratado­s”. Além disso, existia incerteza se o serviço era, de fato, tecnologia da informação.

O Ministério da Saúde informou que não houve a prorrogaçã­o, mas não respondeu se foi aberta investigaç­ão, conforme recomendad­o pela AGU.

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