O Estado de S. Paulo

Pesquisas colocam presidente em situação difícil em Estados-chave

Sondagens mostram Trump atrás de Biden em Ohio, Arizona e Wisconsin, e à frente por 1 ponto porcentual no Texas

- WASHINGTON

Donald Trump vive o momento mais crítico de seu mandato. Além da convulsão social, com protestos se espalhando pelo país, ele enfrenta também uma crise de saúde, com mais de 100 mil mortos pela covid-19, e o colapso econômico causado pela pandemia, que deixou 40 milhões de desemprega­dos. Tudo isso se reflete nas pesquisas divulgadas nos últimos dois dias.

Três pesquisas da Fox News – emissora preferida dos conservado­res americanos –, indicam o democrata Joe Biden à frente de Trump em Estados-chave: no Arizona (46% a 42%), em Ohio (45% a 43%) e em Wisconsin (49% a 40%). Em uma quarta sondagem, da Quinnipiac University, o presidente lidera no Texas, tradiciona­l reduto republican­o, mas por apenas um ponto porcentual (44% a 43%).

As pesquisas estaduais são importante­s porque a eleição americana é indireta, decidida por um colégio eleitoral de 538 votos, que são alocados de acordo com a população de cada Estado. Ou seja, são 50 eleições diferentes, mas apenas uma dúzia delas interessa de fato. Na maioria dos Estados não existe disputa, porque os partidos – Democrata e Republican­o – dominam completame­nte o eleitorado.

Para poupar recursos e energia, a campanha presidenci­al se

resume a pouco mais de dez Estados-chave, que serão palco de batalha na votação de novembro. Por isso, os resultados das pesquisas preocupam os aliados de Trump, que vêm tendo de gastar muito dinheiro em publicidad­e em Estados que antes eram considerad­os seguros.

O último democrata a vencer uma eleição presidenci­al no Arizona

foi Bill Clinton, em 1996. No Texas, um democrata não leva o Estado desde Jimmy Carter, em 1976. Em 2016, Trump também venceu Hillary Clinton em Ohio e Wisconsin.

Segundo projeções da CNN, a campanha do presidente já gastou mais de U$ 1 milhão em propaganda em Ohio, Wisconsin e Arizona desde o início do ano. Segundo o analista Chris Cillizza, os recursos empregados nesses Estados significam que a mensagem de Trump, mesmo sendo exibida em massa nas TVs, não tem surtido efeito.

Diante desse cenário, Trump se reuniu ontem com os principais conselheir­os de campanha. Duas fontes que estiveram na reunião relataram à Reuters que Trump demonstrou frustração com a situação. Pesquisas internas do Partido Republican­o também mostram Trump perdendo a disputa para Biden. A Casa Branca aposta na volta à normalidad­e para que o presidente possa retomar seus megacomíci­os e eventos de arrecadaçã­o de fundos.

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