Com mensalidade de R$ 8,9 mil, escola de negócios estreia em SP
Criada por ex-Tarpon, Link School of Business terá curso de administração com foco em empreendedorismo
Formação de empreendedores e construção de empresas. Essa é a proposta da Link School of Business, nova escola de negócios de São Paulo, que inicia sua primeira turma de alunos em agosto. A ideia de criar um curso superior de Administração que se aprofundasse em aspectos de empreendedorismo surgiu depois que o administrador de empresas Alvaro Schocair, ex-executivo da gestora de investimentos Tarpon, trabalhou com o modelo de escolas de negócios americanas.
“Nossas escolas (do setor) estão muito à parte do mercado de trabalho. Você tem um prédio que é basicamente uma escola e não há ligação com empresas”, diz Schocair. “Também falta inovação. Há professores antigos dando aulas de uma forma antiga, com pouca inovação e tecnologia.”
As particularidades da Link começam no sistema de seleção. Segundo Schocair, a meta é até evitar usar a palavra vestibular. O foco está em selecionar alunos com maior afinidade para administrar uma empresa ou construir um negócio, com entrevistas e atividades voltadas para o mundo empresarial, em parceria com empresas como XP, Google, Ambev e Stone.
Nas aulas, marcadas para começarem em 3 de agosto – presenciais ou pela internet, a depender do avanço da pandemia –, a turma inicial de 50 alunos vai ter apoio do Google For Education e das tecnologias aplicadas. A grade horária em período integral vai permitir que os alunos dividam a rotina entre as salas de aula – durante a manhã – e atividades práticas, realizadas no período vespertino. Será à tarde que os estudantes vão frequentar uma espécie de aceleradora, para criar as próprias empresas, que poderão receber investimentos da instituição.
O investimento para fazer parte da Link School of Business é alto: a mensalidade será de R$ 8,9 mil. Mas há a possibilidade de bolsas de estudo. Schocair afirmou que 30% das vagas são reservadas para a modalidade, com descontos de 1% a 100%, a depender da necessidade do aluno aprovado no processo seletivo. Segundo ele, as bolsas contemplam todas as atividades pedagógicas, incluindo as viagens internacionais.
No decorrer do curso, os alunos vão se tornando, também, acionistas da escola, com a aquisição da cota de participação de 10% da Link, inserida na mensalidade. “A Link também vai passar a ter uma participação em todas as empresas que forem criadas ali dentro”, diz Schocair. “Daqui 15 ou 20 anos, a gente vai se assemelhar muito mais a um grande fundo de venture capital vestido de escola do que uma escola que gera empresas.”
Intercâmbio. Outro diferencial da faculdade é o programa internacional, em parceria com universidades nos EUA (Stanford, Harvard), Israel (Tel-Aviv), China (Xangai) e Reino Unido (London School). Schocair conta que, inclusive, uma parte obrigatória da grade curricular deve ser cumprida em uma das instituições fora do País.
“O programa internacional que a gente tem aqui dentro envolve aulas de instituições estrangeiras. Os programas da Disney, Tel-Aviv e Xangai são viagens que os alunos fazem e são parte obrigatória do nosso programa pedagógico”, explica.
Para Cristiano Kruel, chefe de inteligência e inovação da Startse, a atenção ao empreendedorismo no curso de administração traz vertentes diferentes para o aluno. “Há diferenças entre as duas coisas. Um é sobre gerir um negócio criado, outro é sobre criar empresas. E hoje não existe negócio pronto que não precise nascer todo dia. Temos de estar mais abertos a novas experiências educacionais”, afirma.
“Nossas escolas estão muito à parte do mercado de trabalho. E há professores antigos dando aula de forma antiga.”
Alvaro Schocair
FUNDADOR DA LINK SCHOOL