O Estado de S. Paulo

Empregada de prefeito era paga pelo Município

- /VINÍCIUS BRITO, ESPECIAL PARA O ESTADO

O prefeito de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, Sérgio Hacker (PSB), pode responder por crime de responsabi­lidade no caso da morte de Miguel Otávio da Silva, de 5 anos, que caiu do 9.º andar de um prédio no Recife na terça-feira.

A empregada doméstica Mirtes Renata de Souza, mãe do garoto que trabalhava para Sari Corte Real, mulher do prefeito, está cadastrada no Portal de Transparên­cia de Tamandaré, desde 1.º de fevereiro de 2017, como servidora pública da prefeitura. Consta que a funcionári­a exercia cargo comissiona­do (sem carga horária específica) de gerente de divisão, locada na Manutenção das Atividades de Administra­ção da cidade. O pagamento seria equivalent­e a um salário mínimo. Mirtes disse que não sabia do cargo e trabalhava apenas na casa dos patrões, segundo o Portal UOL.

O Tribunal de Contas do Estado informou ontem que vai instaurar auditoria especial. “Após a fiscalizaç­ão, constatada a veracidade dos fatos, o gestor poderá ser implicado em crime de responsabi­lidade e infração político-administra­tiva”, afirma em nota. O TCE explicou que o prefeito e possíveis pessoas implicadas devem ressarcir os cofres públicos, caso se confirme a ilegalidad­e no pagamento.

Procurados pelo Estadão, Hacker e Mirtes não se pronunciar­am sobre o assunto até as 19 horas. Em nota, o prefeito disse estar “profundame­nte abalado” e deve prestar contas aos órgãos competente­s.

Segundo a Polícia Civil, Miguel caiu do prédio onde moram Sari e Hacker depois de Sari apertar um botão e deixar a criança sozinha no elevador. Ao desembarca­r no 9.º andar, o menino despencou de área sem tela de proteção. No momento, Mirtes passeava com o cachorro da patroa. Sari chegou a ser autuada por homicídio culposo, mas pagou fiança.

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