‘AGORA, AQUI NO RIO, É SURFAR E IR PARA CASA’
Silvana Lima, garantida na Olimpíada, conta como tem treinado durante a pandemia de covid-19
Asurfista cearense Silvana Lima, classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio, está dividindo sua rotina durante o período de quarentena entre a meditação e algumas idas à praia para treinar. Atualmente, ela mora no Rio e consegue pegar ondas em locais próximos ao seu bairro, no Recreio, zona oeste da cidade, após liberação do governo.
“Aqui no Rio já estão deixando a gente surfar, pelo menos no bairro do Recreio. Eu voltei aos poucos. É surfar e ir para casa”, disse Silvana ao Estadão. “Não estou fazendo as atividades que gostaria, mas consigo meditar e me alimentar bem. Mas já é um grande passo nesse período difícil para todos. Posso dizer que os meus treinos estão em 40%”, complementa.
A atleta admite sentir dificuldades em retomar sua preparação para os Jogos Olímpicos por ter ficado 45 dias sem surfar após voltar ao Brasil de uma viagem para a Austrália, em fevereiro, e não contar com uma academia em casa. “É difícil não ter aparelhos, mas sigo treinando da melhor forma que consigo.”
Apesar das dificuldades, Silvana também diz que estar em casa é o “lado bom” da quarentena. “Eu sempre viajei muito, então o que me ajuda é poder aproveitar esse tempo em casa. Agora estou com a minha namorada e cinco cachorros para cuidar. É o que está ocupando o meu tempo. Amo ficar com eles.”
Por causa da ida para a Austrália, a surfista revela o desejo de fazer o teste para covid-19 mesmo sem ter os sintomas da doença. “Eu tenho muita curiosidade para saber se já fui contaminada. Eu tive grandes chances de pegar o vírus por viajar bem no período da pandemia. Mas estou tentando ter os melhores cuidados. Tenho medo, claro. Isso não é uma brincadeira. É real e perigoso. Não tive sintomas.”
Olimpíada. Para Silvana, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para o ano que vem foi um passo importante para todos os atletas. “Mudar a data acabou dando um tempo para a gente se recuperar e realmente treinar para ficar 100% na disputa. Esse ano não teria como competir”, explicou.
“O que nos prejudicou muito foi essa questão dos treinamentos. Cada atleta tem uma forma de pensar, de reagir... Então é um momento que acaba atrapalhando muitos atletas. É triste, mas temos de entender que é algo novo para todo mundo e devemos ser pacientes agora”, afirma a surfista brasileira.
Questionada sobre a possibilidade de a Olimpíada não acontecer em 2021 devido à pandemia do novo coronavírus, Silvana acredita “ser muito difícil” um novo cancelamento. “Também sei que todos estão torcendo para dar tudo certo. A competição tem tudo para ser linda no ano que vem.”