O Estado de S. Paulo

FALABELLA DEIXA A GLOBO

Após quase 40 anos, ator e diretor não terá contrato renovado pela emissora, onde fez sucessos marcantes como ‘Sai de Baixo’

- Caio Nascimento COLABOROU UBIRATAN BRASIL /

Miguel Falabella foi informado pela Globo na quinta-feira, 4, que seu contrato com a emissora, que vai até setembro, não será renovado. Ao Estadão, ele afirmou que foi avisado com antecedênc­ia da demissão e que não houve um acordo sobre sua saída.

“Meu contrato acabou, avisaram com antecedênc­ia que não iam renovar, mas foram superelega­ntes, não teve estresse, não. Eu já estava meio que esperando. Vida que segue, tem coisa para fazer”, afirmou.

Falabella assinou seu primeiro contrato com a Globo em 1981, aos 25 anos. Hoje com 63, o ator e diretor publicou em seu perfil nas redes sociais uma foto ainda jovem, de quando estava começando sua carreira na empresa, e comentou sua saída em tom nostálgico. “Nesses quase 40 anos, fui muito feliz e muito bem tratado sempre. Seguir novos caminhos não significa abandonar o que se conquistou na caminhada. Só tenho boas lembranças. Só tenho sorrisos. Cheio de gratidão por todos os companheir­os que estiveram ao meu lado nessa jornada e ao público que viu algo em mim que nem eu mesmo via. Obrigado”, disse.

“Eu ia fazer um vídeo, mas nessas horas a gente fica com o coração mole. Como diria Drummond, amanhã eu recomeço”, completou.

Miguel Falabella estava escalado para o grupo de jurados do

Show dos Famosos, quadro do

Domingão do Faustão, de 2020, no entanto, a atração foi adiada devido à pandemia do novo coronavíru­s.

Carreira. A primeira novela na qual Miguel Falabella atuou foi em Sol de Verão (1982), de Manoel Carlos. Desde aquele trabalho, alavancou seu sucesso nas telas brasileira­s: no mesmo ano, fez Caso Verdade, depois encenou em Livre Para Voar (1984), Amor Com Amor Se Paga (1984), Selva de Pedra (1986), O

Outro (1987) e Tieta (1989).

Falabella se destacou também em sua longa passagem pelo Vídeo Show, que estreou em março de 1983. Ele foi apresentad­or da atração de 1987 a 2000. Em 2016, ele voltou para apresentar o quadro Memória Nacional, que homenageav­a artistas consagrado­s. O programa chegou ao fim em janeiro de 2019.

Na década de 1990, atuou em seis projetos da Globo, até ir ao ar com a sitcom Sai de Baixo (1996-2002), considerad­a por muitos um dos seus trabalhos mais marcantes na TV, com o papel de Caco Antibes, personagem que tinha ‘horror a pobre’ e era casado com Magda (Marisa Orth). Até hoje, suas frases são compartilh­adas em postagens de humor nas redes sociais.

Outro sucesso cômico foi em Toma Lá, Dá Cá (2007-2009), vivendo Mário Jorge, um corretor de imóveis casado com Celinha (Adriana Esteves) e vizinho da ex-mulher (Marisa Orth), num edifício do condomínio Jambalaya; a dinâmica teatral era semelhante à de Sai de Baixo.

Também roteirista, ele criou a série Pé Na Cova, exibida entre 2013 e 2016, onde atuou como Ruço, dono da funerária Fui, no bairro do Irajá. Em 2017, foi jurado no Show dos Famosos. Criou ainda a série Brasil a Bordo,

que foi ao ar na Globo em 2018 – e na qual também atuava.

Seu papel mais recente foi como Miguel em Cine Holliúdy, uma série produzida e exibida pelo Globoplay, cujo lançamento da primeira temporada ocorreu em abril de 2019.

‘NÃO TEVE ESTRESSE. EU JÁ ESTAVA ESPERANDO. VIDA QUE SEGUE, TEM COISA PARA FAZER’

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Versátil. Miguel Falabella atuou em novelas e séries, foi apresentad­or do ‘Vídeo Show’ e fez sucessos cômicos como ‘Toma Lá, Dá Cá’ e ‘Sai de Baixo’

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