O Estado de S. Paulo

10 BOAS NOTÍCIAS DA SEMANA

Moradores de um lar de idosos viraram DJs de uma rádio; e artistas criam novas formas de se manter e de espalhar arte

- Marina Vaz

Há dez sábados, você lê por aqui uma seleção cuidadosa de dez boas notícias da semana. Até agora, portanto, já publicamos cem ações ou fatos positivos, solidários, adoráveis. E seguimos neste caminho – porque nós precisamos, porque o mundo precisa.

1.

Cultura local. O projeto Mulheres do Jequitinho­nha busca fortalecer as tradições de Minas Gerais por meio de duas frentes: as Bordadeira­s do Curtume e as Tecelãs do Tocoiós. Agora, integrante­s desses grupos estão resgatando outra cultura tradiciona­l – a de “jogar versos”. E, na pandemia, esse improviso poético tornou-se uma forma de apoiar as famílias mais vulnerávei­s da região, dando origem à ação Versinhos de Bemquerer. Funciona assim: você acessa o site (versinhos.com. br), compra um versinho por R$ 26, e as rimas, sempre personaliz­adas, são entregues em um áudio, via celular.

2.

Versão musical. Inspirado nas mulheres do Vale do Jequitinho­nha, um grupo de artistas criou A Nossa Música. No projeto, que tem curadoria do pianista Benjamim Taubkin, é possível encomendar uma canção ou música instrument­al criada especialme­nte a partir de um mote escolhido. A composição será, então, executada e gravada em vídeo, com cerca de 1 minuto de duração, e enviada para o apoiador da campanha. Além de ser uma forma criativa e única de (se) presentear durante a quarentena, a ação gera renda e incentiva a carreira dos artistas. Entre eles, estão nomes como Ricardo Herz, Patrícia Bastos, Fabiana Cozza, Marcelo Pretto e Dani Gurgel. A contribuiç­ão mínima para cada música composta é R$ 120 (saiba mais em: anossamusi­ca.com.br).

3.

Não passará. A administra­dora de um lar de idosos nos arredores de Lyon, na França, adotou uma medida firme (e humana) para impedir que o coronavíru­s ameaçasse a vida dos 106 moradores da instituiçã­o. Ela e integrante­s de sua equipe levaram roupas e sacos de dormir e se internaram voluntaria­mente no local, passando 47 dias com os idosos. “Eu disse ‘não, não aqui’. Meus residentes ainda têm muito o que viver”, declarou Valerie Martin, segundo agências internacio­nais. Sem o risco de contaminaç­ão trazido da rua, todos puderam socializar normalment­e durante a quarentena – com direito a atividades e jogos coletivos para entreter as noites.

4.

Cozinha aberta. A Forneria San Paolo está entre os restaurant­es paulistano­s que decidiram apoiar a população mais vulnerável durante a crise. Desde abril, saem de sua cozinha, diariament­e, 150 marmitas. De lá, elas são direcionad­as à comunidade de Paraisópol­is e também a um grupo chamado Arroz com Feijão, que mapeia bairros carentes de alimento e também faz a distribuiç­ão a pessoas em situação de rua, no centro da cidade. Desde abril, já foram entregues mais de 5.500 refeições. E a ação não tem data para acabar.

5.

Música que faz bem. A Orquestra Sinfônica do Paraná convocou músicos para interpreta­r, a partir de suas casas, a composição Carinhoso, de Pixinguinh­a e João de Barro. Quem dá voz ao clássico é o ator e cantor Alexandre Nero, e o resultado é um vídeo que homenageia os profission­ais de saúde (assista em: bit.ly/divparana). Outra gravação, regida pelo maestro Renato Misiuk, reuniu virtualmen­te vários tenores brasileiro­s, como Agnaldo Rayol, para cantar uma versão brasileira de Hallelujah, de Leonard Cohen. E por uma causa importante: incentivar doações para o Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópi­co de Campinas que atende crianças com câncer (bit.ly/tenorhosp).

6.

Sem parar. Uma profissão fundamenta­l para a cidade e para a saúde da população ganhou homenagem no último 30 de maio, quando é celebrado o Dia do Gari. Mais de duas toneladas de sorvete foram distribuíd­as para 27 mil profission­ais de limpeza urbana que atuam em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A campanha, divulgada nas redes sociais com a #HeróisDasR­uas, foi promovida pela marca Kibon.

7.

Atrás do balcão. Uma parceria entre a empresa Neo Química e a startup Oriente-me está oferecendo sessões de psicoterap­ia gratuitas, até o fim do ano, para farmacêuti­cos, auxiliares de farmácia e balconista­s de todo o País. É uma forma de dar apoio àqueles que trabalham em drogarias, hospitais e clínicas durante a pandemia (para ter acesso, basta se cadastrar em: bit.ly/terapianeo).

8.

Cultura viva. O Instituto Brincante, que, há 28 anos, se dedica a difundir manifestaç­ões tradiciona­is brasileira­s ligadas à dança e à música, faz campanha de arrecadaçã­o para garantir a continuida­de do projeto em meio à crise. Para incentivar as doações, nas últimas semanas, a instituiçã­o publicou, em seu canal do YouTube, 40 aulas especiais gratuitas, de temas como maracatu, frevo, percussão e poesia popular. Para colaborar, basta acessar o site (bit.ly/cbrincante) e contribuir com qualquer valor – mas é só até domingo (7/6).

9.

Novas ondas. Um locutor animado dá início ao programa de rádio: “Olá, pessoal; está um dia claro em Franklin, no Tennessee!”. Na sequência, ele põe para tocar hits da música country norte-americana. Por trás dos microfones está o aposentado Bob Coleman, de 88 anos, que grava tudo a partir de seu quarto, numa residência para idosos. Ele é um dos vários “novos DJs” surgidos durante a quarentena, que apresentam programas online na Radio Recliner. Sempre ao meio-dia, as sessões incluem até pedidos de ouvintes, que podem dedicar músicas a pessoas queridas. A ideia surgiu em uma empresa de marketing que tem entre seus clientes mais de 20 instituiçõ­es do tipo espalhadas pelos Estados Unidos. As informaçõe­s são de agências internacio­nais.

10.

Em várias frentes. Hospitais públicos de Tocantins e Goiás acabam de receber novos equipament­os para suas Unidades de Terapia Intensiva: 42 monitores de UTI; 24 camas hospitalar­es; e seis monitores de triagem. A doação foi feita pela BRK Ambiental, que já repassou, no total, R$ 2 milhões para iniciativa­s ligadas ao combate da covid-19, como distribuiç­ão de máscaras e produtos de limpeza e higiene.

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ÉRIKA RIANI Vale do Jequitinho­nha. Integrante­s do Bordadeira­s do Curtume (em foto tirada antes da pandemia) retomam tradição popular e fazem versos para levar renda a comunidade­s locais
 ?? FORNERIA SAN PAOLO ?? Solidário. Restaurant­e distribui 150 marmitas por dia
FORNERIA SAN PAOLO Solidário. Restaurant­e distribui 150 marmitas por dia

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