O Estado de S. Paulo

País tem mais 1.209 óbitos; SP registra recorde pelo 2º dia

Com dados de ontem, total de mortos é de 46.665 e de infectados, de 960.309, conforme o levantamen­to do consórcio da imprensa

- ÉRIKA MOTODA, PALOMA COTES, BRUNO RIBEIRO, MARINA ARAGÃO e GUILHERME BIANCHINI

O Brasil se aproxima cada vez mais da marca de 1 milhão de pessoas contaminad­as pelo coronavíru­s. Ontem, o País registrou 1.209 mortes e 31.475 novas infecções em 24 horas. Com isso, o total de óbitos é de 46.665 e o de contaminaç­ões, de 960.309, conforme o levantamen­to do consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL com as secretaria­s estaduais de Saúde. São Paulo continua à frente e registrou recorde de óbitos pelo segundo dia consecutiv­o.

Em números absolutos, o Brasil é, desde o dia 12, o segundo país no mundo com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, com 117,5 mil óbitos, de acordo com os números da Universida­de Johns Hopkins atualizado­s até 20 horas desta quarta-feira. Em termos de infecção, o Brasil também está em segundo lugar.

O balanço de óbitos e casos resulta da parceria inédita entre jornalista­s dos seis meios de comunicaçã­o, uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia. Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidad­o de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua.

Ontem, pelo segundo dia consecutiv­o, o Estado de São Paulo voltou a ter recorde de mortes em 24 horas. Foram mais 389, totalizand­o 11.521 vítimas. Quanto ao número de infecções, foram 1.232 novos registros, elevando o número para 191.517. Projeções feitas pelo governo nesta semana indicam que o Estado pode ter até 18 mil mortes e até 290 mil casos da doença até o fim de junho. “O número que temos hoje está dentro desse cenário (de até 18 mil mortos). Toda vida conta, mas a boa notícia é que nossa taxa de letalidade está caminhando para estabiliza­ção”, disse a secretária de Desenvolvi­mento Econômico, Patrícia Ellen, uma das gestoras à frente

do Plano São Paulo, o programa do governo paulista que vem autorizand­o a retomada de atividades econômicas em diversas regiões em meio à pandemia. “Nosso número de óbitos está no intervalo inferior das nossas projeções, que já foram revisadas para baixo”, afirmou.

Segundo Patrícia, o número de novos casos confirmado­s está em alta, diferentem­ente do número de mortos, por causa do aumento das testagens no

Estado, explicação que vem sendo reafirmada desde a semana passada por ela e outros membros do governo. A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 70,6%%. No Estado, esse índice está em 77,1%. Ainda segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o Estado tem 5.257 pacientes internados em UTI e 8.423 em enfermaria, entre confirmado­s e suspeitos.

Havia expectativ­a de que o Estado divulgasse a revisão semanal e a eventual reclassifi­cação das cidades paulistas dentro dos critérios do Plano São Paulo (que qualificam uma região em cores para autorizar ou não a retomada de atividades econômicas). Isso não ocorreu. De acordo com Patrícia, os anúncios agora serão feitos às sextas-feiras e as novas regras passarão a valer na segunda-feira seguinte.

OMS. Nesta quarta-feira, a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a pandemia do novo coronavíru­s apresenta sinais de estabiliza­ção no Brasil, mas reforçou a necessidad­e de manter todas as precauções para evitar um novo cresciment­o da covid-19. O diretor do programa de emergência­s da entidade, Michael Ryan, ressaltou que o quadro da doença “ainda é muito severo” no País. “O cresciment­o não é tão exponencia­l quanto antes, há sinais de estabiliza­ção. Mas já vimos isso acontecend­o em outros países. Eles registrara­m uma estabiliza­ção por alguns dias, e depois a doença decolou de novo. O momento é de extremo cuidado no Brasil”, alertou Ryan. /

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ALTEMAR ALCANTARA.-SEMCOM Amazonas. Com queda no número de casos, sepultamen­tos voltam a ser feitos em covas individuai­s em Manaus; para OMS, há certa estabiliza­ção, mas momento ainda inspira cuidados

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