Dexametasona só deve ser utilizada com aval médico
Apontada por pesquisadores da Universidade de Oxford como promissora no tratamento de pacientes com quadro grave da covid-19, a dexametasona só deve ser utilizada com prescrição médica, afirmam a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF). O medicamento é um forte anti-inflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas e alérgicas.
“Os resultados positivos observados referem-se apenas a pacientes graves e sob suporte respiratório, não havendo benefício aparente entre aqueles pacientes leves e moderados de covid-19”, escreveu o CFF sobre o estudo batizado de Recovery, que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica.
A Anvisa lembrou que para incluir a eficiência contra o coronavírus na bula da dexametasona é preciso que haja a comprovação por meio de estudos desenvolvidos pelos laboratórios farmacêuticos. “Há um estudo aprovado e em desenvolvimento no Brasil para o uso de dexametasona no tratamento de covid-19. O tempo para o desenvolvimento destes estudos depende do patrocinador da pesquisa e das instituições envolvidas”, informou em nota.
O diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, ressaltou que o remédio só deve ser utilizado “sob supervisão médica rigorosa”, em pacientes graves. Ele alertou que a dexametasona não serve para prevenir a covid-19. “Não é uma prevenção contra o vírus, já que corticoides mais fortes podem facilitar a replicação viral no corpo humano.”