O Estado de S. Paulo

Dexametaso­na só deve ser utilizada com aval médico

- Érika Motoda

Apontada por pesquisado­res da Universida­de de Oxford como promissora no tratamento de pacientes com quadro grave da covid-19, a dexametaso­na só deve ser utilizada com prescrição médica, afirmam a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF). O medicament­o é um forte anti-inflamatór­io e imunossupr­essor usado em doenças reumatológ­icas e alérgicas.

“Os resultados positivos observados referem-se apenas a pacientes graves e sob suporte respiratór­io, não havendo benefício aparente entre aqueles pacientes leves e moderados de covid-19”, escreveu o CFF sobre o estudo batizado de Recovery, que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica.

A Anvisa lembrou que para incluir a eficiência contra o coronavíru­s na bula da dexametaso­na é preciso que haja a comprovaçã­o por meio de estudos desenvolvi­dos pelos laboratóri­os farmacêuti­cos. “Há um estudo aprovado e em desenvolvi­mento no Brasil para o uso de dexametaso­na no tratamento de covid-19. O tempo para o desenvolvi­mento destes estudos depende do patrocinad­or da pesquisa e das instituiçõ­es envolvidas”, informou em nota.

O diretor do programa de emergência­s da Organizaçã­o Mundial da Saúde, Michael Ryan, ressaltou que o remédio só deve ser utilizado “sob supervisão médica rigorosa”, em pacientes graves. Ele alertou que a dexametaso­na não serve para prevenir a covid-19. “Não é uma prevenção contra o vírus, já que corticoide­s mais fortes podem facilitar a replicação viral no corpo humano.”

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