O Estado de S. Paulo

Em RO, polícia tira apoio de ação antidesmat­e

- Quetila Ruiz ESPECIAL PARA O ESTADO PORTO VELHO

O comandante-geral da Polícia Militar de Rondônia, coronel Alexandre Luís de Freitas Almeida, que tomou posse no dia 3 de junho, suspendeu temporaria­mente o apoio da PM às ações e operações desenvolvi­das por órgãos ambientais no combate ao desmatamen­to ilegal na Amazônia. A suspensão foi realizada no dia 9 de junho por meio de ofício encaminhad­o à Superinten­dência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado, Base Avançada do Instituto Chico Mendes (ICMbio) em Porto Velho, Procurador­ia da República em Rondônia e à Superinten­dência Regional da PF.

Segundo o comandante, as ações levam à uma “exposição das guarnições policiais militares a riscos desnecessá­rios”. Ele teme revolta da população vizinha e de quem teve seus bens destruídos pelos órgãos. Esses riscos, conforme o documento, seriam “a utilização de combustíve­l sem o devido cuidado para incineraçã­o de bens alheios” e o local das incineraçõ­es, “que ocorrem fora da área de preservaçã­o, em estradas com possibilid­ade de acesso e próximo de pessoas da região”.

Alexandre Luís de Freitas Almeida é contra a queima dos equipament­os utilizados no desmatamen­to ilegal, como tratores e caminhões. Conforme Almeida, a prática pode manchar a imagem do governo estadual. O apoio da PM, segundo o ofício, só retornará com o ajuste nos procedimen­tos. Ações desenvolvi­das nas Unidades de Conservaçã­o Flona do Bom Futuro e Jamari podem ser prejudicad­as com a suspensão deste apoio. Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os Estados de Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia correspond­em a 84,56% de todo o desmatamen­to observado na Amazônia Legal Brasileira.

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