Napoleões de hospício à solta
No momento em que um vírus tresloucado e napoleões de hospício circulam livremente por planaltos e planícies do País, nada melhor do que aliviar com arte o sentimento nacional de tal retesada situação.
Somente a arte é capaz de transportar os viventes para mundos completamente diferentes do real, seja em 360 graus ou mesmo na pobreza da tela plana – ainda que em alta definição, como é o caso do teamLab, um projeto envolvente de experimentação artística localizado em Tóquio, no Japão, espaço em que se anda pela água.
Mas, calma. Ela não passa da canela. Dizem. teamlab.art
TODAS AS CORES Criado em 2001, o teamLab é um projeto internacional que, para ser materializado, foi preciso lançar mão de um chorrilho de profissionais com formações e conhecimentos diferentes. Do grupo fazem parte artistas, engenheiros, matemáticos, físicos, programadores de softwares e sistemas, designers e especialistas em computação gráfica, para dizer o mínimo. Tudo para levar à convergência entre arte, ciência e tecnologia.
CAIA PRA DENTRO Como as obras também são virtuais, o site do teamLab é bem generoso em imagens e dá a noção perfeita do que mortais encontrarão porta adentro, quando se inicia o tour aquático tirando os sapatos. Claro, eles podem falar que o motivo de tudo para você visitar o projeto são as cores, a estética ou mesmo as formas que existem nos quatro grandes espaços para experimentação das sete obras existentes ali. Mas, no fim de tudo, uma visita virtual ao teamLab mostrará que a ideia é fazer com que o ser humano se imiscua às obras. Sim, algo como um parque de diversões para adultos, lúdico, praticamente lisérgico. Dá até para sentir, nas fotografias, o aroma de tutti frutti exalando pela tela do computador ou celular.
ARROZ JAPONÊS
As obras presenciais estão também em quatro galerias na Austrália, nas cidades de Sydney, Adelaide, Melbourne e Auckland, e também em São Francisco e Nova York, nos Estados Unidos, e mais Helsinque (Finlândia) e Istambul (Turquia). Na Austrália, os espaços foram reabertos sábado passado. Na Auckland Art Gallery, a nova obra instalada ali mostra como 1.000 anos não mudaram em nada os cenários das plantações de arroz em Tashibunosho, no Japão.