Derrota no tribunal, vitória na campanha
Em duas decisões, a Suprema Corte aparentemente impôs a Donald Trump derrotas sobre a divulgação de seus registros financeiros pessoais. Ele superdimensiona seu poder como presidente e deixou claro seu descontentamento em tuítes furiosos.
A primeira decisão, que permitiu ao procurador de Manhattan Cyrus Vance acessar os registros, representa uma ameaça ao presidente. Vance já prometeu uma investigação, o que poderia resultar em acusações criminais contra Trump ou a Organização Trump.
Quando se fala da disputa política, entretanto, parece que a batalha pelas declarações fiscais de Trump acabou. E há boas razões para pensar que ele venceu. Ele garantiu repetidamente ao público por anos que liberaria suas declarações se fosse eleito, mesmo antes de sua candidatura de 2016. Depois, alegou que não as divulgaria enquanto estivesse sendo auditado. Depois de vencer, alegou que os eleitores decidiram que ele deveria ser presidente sem ver os registros, e a insistência para que os divulgasse era irrelevante.
Dois anos depois, os democratas retomaram o controle da Câmara dos Deputados e lançaram investigações sobre o presidente e seus negócios. Em setembro, Vance se juntou a eles. A Câmara recorreu aos tribunais para que Trump divulgasse as declarações, uma medida que levou à decisão da Suprema Corte. Provavelmente, a questão não será resolvida antes do encerramento do mandato do Congresso, em janeiro – quando as intimações atuais expiram, a menos que sejam renovadas.
Apesar da frustração expressada no Twitter, Trump provavelmente venceu a luta política, garantindo que seus registros não caíssem nas mãos dos democratas antes da eleição de novembro. Se Trump for reeleito, estará em uma posição muito mais confortável para se desviar de acusações que possam surgir.
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É JORNALISTA