O Estado de S. Paulo

Derrota no tribunal, vitória na campanha

- Philip Bump / W. POST

Em duas decisões, a Suprema Corte aparenteme­nte impôs a Donald Trump derrotas sobre a divulgação de seus registros financeiro­s pessoais. Ele superdimen­siona seu poder como presidente e deixou claro seu descontent­amento em tuítes furiosos.

A primeira decisão, que permitiu ao procurador de Manhattan Cyrus Vance acessar os registros, representa uma ameaça ao presidente. Vance já prometeu uma investigaç­ão, o que poderia resultar em acusações criminais contra Trump ou a Organizaçã­o Trump.

Quando se fala da disputa política, entretanto, parece que a batalha pelas declaraçõe­s fiscais de Trump acabou. E há boas razões para pensar que ele venceu. Ele garantiu repetidame­nte ao público por anos que liberaria suas declaraçõe­s se fosse eleito, mesmo antes de sua candidatur­a de 2016. Depois, alegou que não as divulgaria enquanto estivesse sendo auditado. Depois de vencer, alegou que os eleitores decidiram que ele deveria ser presidente sem ver os registros, e a insistênci­a para que os divulgasse era irrelevant­e.

Dois anos depois, os democratas retomaram o controle da Câmara dos Deputados e lançaram investigaç­ões sobre o presidente e seus negócios. Em setembro, Vance se juntou a eles. A Câmara recorreu aos tribunais para que Trump divulgasse as declaraçõe­s, uma medida que levou à decisão da Suprema Corte. Provavelme­nte, a questão não será resolvida antes do encerramen­to do mandato do Congresso, em janeiro – quando as intimações atuais expiram, a menos que sejam renovadas.

Apesar da frustração expressada no Twitter, Trump provavelme­nte venceu a luta política, garantindo que seus registros não caíssem nas mãos dos democratas antes da eleição de novembro. Se Trump for reeleito, estará em uma posição muito mais confortáve­l para se desviar de acusações que possam surgir.

É JORNALISTA

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